O Gartner, consultoria especializada em pesquisa e aconselhamento de tecnologia, apontou as dez principais tendências de tecnologia para governos em 2022. A pesquisa realizada pelos analistas do Gartner mostra as oportunidades que podem ajudar os líderes do setor público a acelerarem a transformação digital e mitigar riscos de interrupção em instituições governamentais.
Na visão dos pesquisadores, os CIOs (Chief Information Officers) do governo e do setor público vão precisar sustentar a aceleração digital que tiveram com a pandemia de covid-19. A expectativa é que, seguindo as tendências apontadas, eles entreguem mais valor e atendam as diversas necessidades dos cidadãos, além de operarem com maior eficiência.
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De acordo com a análise, os líderes de TI do governo devem considerar o impacto coletivo das seguintes 10 tendências em suas organizações e incluí-las em seu planejamento estratégico para 2022 e além. Ao não fazer isso, corre-se o risco de prejudicar a qualidade dos serviços governamentais e a capacidade de entregar valor da missão a longo prazo.
Até 2024, mais de 25% das propostas de compra de tecnologia para governos exigirão arquitetura de soluções e licenciamento variável que suporte uma abordagem de design combinável. A capacidade de composição permite que os governos se concentrem em serviços centrados no cidadão, em vez da abordagem frequentemente usada, em silos e centrada em programas sociais.
A previsão é que 75% dos líderes de TI de Governo serão diretamente responsáveis pela cibersegurança fora de da área de TI, incluindo ambientes operacionais até 2025. A falta de programas contínuos de conscientização, práticas de segurança cibernética incorporadas às organizações e de equipes conscientizadas de aquisição de talentos podem atrapalhar a resposta de uma organização às ameaças de segurança.
Os CIOs de governo devem abordar o elemento humano essencial da segurança cibernética, aumentando a experiência interna por meio de programas de treinamento aprofundados e amplo suporte aos funcionários por meio de educação de conscientização envolvente.
O Gartner prevê que, até 2024, pelo menos um terço dos governos dos países e metade dos estados dos Estados Unidos oferecerão carteiras de identidade baseadas em dispositivos móveis aos seus cidadãos.
Os analistas apontam que, até 2023, a maioria dos governos sem estratégia de experiência de usuário falharão em digitalizar, com sucesso, seus serviços governamentais. Uma abordagem focada na experiência oferece aos governos uma maneira de melhorar as estratégias de gestão de talentos e desenvolver conjuntos de habilidades digitais mais fortes em suas equipes, ao mesmo tempo que melhora a entrega de serviços à cidadãos.
Segundo análises do Gartner, aproximadamente 95% dos novos investimentos em TI feitos pelas agências do governo serão feitos em soluções como serviço nos próximos três anos. Isso inclui diversas categorias de infraestrutura de TI e serviços de software, incluindo aqueles entregues em nuvem, como um serviço baseado em assinatura.
Quando a pandemia começou, os principais sistemas de TI legados não conseguiram lidar com o aumento na demanda por esses serviços. Os executivos de TI precisarão, portanto, tornar a modernização uma atividade contínua e não apenas considerá-la um investimento único. Sem a modernização dos recursos legados, as iniciativas de “retorno ao normal” serão adiadas ainda mais, pois as variantes do covid-19 continuam interrompendo os negócios globalmente, destaca a consultoria.
O trabalho de estudo de casos é um modelo universal na área de governo. O Gartner prevê que, até 2024, as organizações governamentais com uma abordagem de gerenciamento de casos por meio de aplicativos e sistemas combináveis, implementarão novos recursos pelo menos 80% mais rápido do que governos sem esse tipo de tecnologia.
De acordo com o Gartner, 75% dos governos terão pelo menos três iniciativas de hiperautomação lançadas ou em andamento nos próximos três anos. A hiperautomação aumenta a eficácia do governo por meio de iniciativas transversais que se concentram no processo de ponta a ponta e não apenas na automação de tarefas em silos.
Análises do Gartner indicam que, até 2024, 60% dos investimentos governamentais em Inteligência Artificial e análise de dados visam impactar diretamente as decisões e resultados operacionais em tempo real. O objetivo é tornar a prestação de serviços governamentais responsiva e oportuna.
O compartilhamento de dados no governo geralmente é ad hoc (ligação temporária entre vários computadores), impulsionado por incidentes de alto perfil. Pelo contrário, o compartilhamento de dados como um programa é uma abordagem sistemática e escalável para permitir a reutilização de dados e a inovação de serviços.