O YouTube continua sendo o aplicativo mais acessado pelas crianças brasileiras de zero a 12 anos, segundo a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Crianças e smartphones no Brasil – Outubro de 2022. Um terço (67%) delas veem vídeos nessa plataforma, indicam seus pais. Porém, isso representa uma queda de cinco pontos percentuais em relação ao ano passado, quando 72% das crianças com smartphone acessavam o YouTube.
Por sinal, foi observada uma queda no uso de praticamente todos os aplicativos monitorados pela pesquisa. As maiores foram aquelas do YouTube (-5 pontos percentuais) e do Facebook (-6). O único que cresceu foi o YouTube Kids, que passou de 42% para 44%. E Instagram e Spotify ficaram estagnados com os mesmos percentuais de um ano atrás, 30% e 16%, respectivamente. O Disney+ foi monitorado pela primeira vez nesta edição: ele é usado por 26% das crianças com acesso a smartphone.
Além disso, 68% das crianças com acesso a smartphone jogam no aparelho, algo que não mudou acima da margem de erro percentual em comparação com a pesquisa do ano passado.
O que merece destaque é o crescimento do jogo Roblox, que já era o game favorito entre os jogadores móveis mirins no ano passado, apontado por 18% dos pais deles, e agora ampliou sua liderança, citado por 24%. Por outro lado, chama a atenção a queda do Free Fire, de 13% para 7% em um ano.
Pela primeira vez, esta pesquisa solicitou que os pais estimassem quantos minutos exatamente seus filhos passam por dia, em média, olhando a tela do smartphone. Com base nas suas respostas, as crianças brasileiras gastam em média 3 horas e 53 minutos por dia com o aparelho.
Quanto mais velha a criança, maior o tempo. Portanto, o número é puxado para cima especialmente pelo grupo de 10 a 12 anos: nesta faixa etária, cada criança passa em média 4 horas e 46 minutos com o smartphone por dia. Foi observado também que meninos passam mais tempo que meninas com o smartphone diariamente: 4 horas X 3 horas e 44 minutos.
Também se notou que estudantes de escolas públicas dispensam mais tempo na telinha que aqueles de escolas particulares: 4 horas e 9 minutos X 3 horas e 46 minutos. Isso pode ser explicado pela menor oferta de opções de entretenimento para as crianças nos lares com renda familiar mensal mais baixa, ou pelo menor tempo que os pais têm para se dedicar a seus filhos.
Apenas 19% dos pais afirmam que sempre controlam o que os filhos fazem no smartphone, enquanto 33% dizem que o fazem na maioria das vezes, e 37%, às vezes. Como era de se esperar, o controle é maior com crianças menores e diminui conforme a idade avança. Entre os pais de crianças de zero a três anos, 40% dizem que controlam sempre o que elas fazem no smartphone, por exemplo.
Um quarto (26%) dos pais utilizam alguma ferramenta de controle do conteúdo que os filhos acessam no smartphone. As mais adotadas são aquelas oferecidas por Apple e Google, seguidas pelo YouTube Kids.
A maior preocupação dos pais está em monitorar com quem os filhos conversam no smartphone. A maioria (85%) afirma que fazem esse controle e apenas 13% dos pais permitem que seus filhos façam compras sozinhos em lojas de aplicativos.
O WhatsApp se tornou uma ferramenta de comunicação dos pais para assuntos escolares dos filhos no Brasil. A maioria (70%) dos pais de crianças de zero a 12 anos matriculadas em escolas fazem parte de algum grupo no WhatsApp de responsáveis da turma dos filhos. O interesse em participar desses grupos de pais cai conforme a criança fica mais velha. Entre os pais de crianças de 10 a 12 anos, a proporção é de 66%.
Além disso, 79% dos pais afirmam que mantêm contato direto por WhatsApp com um ou mais professores dos filhos. A maior proporção é entre pais de crianças de quatro a sei anos: 85%. A menor é na faixa de 10 a 12 anos: 74%. Por fim, 73% dos pais conversam por WhatsApp com diretores da escola dos filhos.
Metodologia da pesquisa
A Panorama Mobile Time/Opinion Box – Crianças e smartphones no Brasil é uma pesquisa independente produzida por uma parceria entre o site de notícias Mobile Time e a empresa de soluções de pesquisas Opinion Box.
Nesta edição foram entrevistados 1.745 brasileiros que acessam a Internet, possuem smartphone e são pais de crianças de 0 a 12 anos, respeitando as proporções de gênero, idade, renda mensal e distribuição geográfica desse grupo. As entrevistas foram feitas on-line entre 22 de setembro e 3 de outubro de 2022.
Esta pesquisa tem validade estatística, com margem de erro de 2,3 pontos percentuais e grau de confiança de 95%.