Economia

Voto impresso: advogado de Bolsonaro considerava desculpa de perdedor apoiar

Admar Gonzaga, advogado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), já deu declarações polêmicas em relação ao voto impresso. Em 2018, ele teria afirmado que a medida era ‘desculpa de perdedor’. As informações são do portal IG.

A fala aconteceu em junho de 2018, e na ocasião Gonzaga defendeu que era necessário aceitar as respostas das urnas: “Não fique arrumando desculpas para a falta de votos que se demonstrou”, defendeu.

Em outra ocasião, como ministro da corte eleitoral, Gonzaga também afirmou que a medida também seria uma tentativa de lobby com empresas que poderiam prestar este tipo de serviço.

A Folha de São Paulo procurou o advogado do presidente, para que ele se posicionasse sobre o voto impresso. Ele não quis se explicar e afirmou que foram falas ‘descontextualizadas ‘.

Como funcionaria?

O voto impresso não substituiria as urnas eletrônicas em tese.

A votação continuaria acontecendo por meio das urnas eletrônicas e um mecanismo com impressão do voto seria adicionado.

Na prática, com o voto impresso, poderia ser solicitado auditoria das urnas com a escolha do candidato em papel. O que pode ser um problema para democracia, dizem especialistas.

Outro ponto levantando é que seria necessária uma tecnologia que evitasse a falsificação de votos.

Por que o voto impresso pode ser problemático?

Muitos especialistas e autoridades tem questionado a implementação do voto impresso. Entre as críticas, a medida é chamada de retrocesso, sem contar a preocupações sobre o sigilo do voto.

Além disso, a medida de equipamentos para auditoria por meio do voto impresso, custaria R$ 2 bilhões, diante de um sistema de urna eletrônica que tem se mostrado seguro e eficaz.

“O voto impresso vai potencializar o discurso de fraude e vão pedir, como já se pediu aqui, a contagem pública de 150 milhões de votos, e contagem pública só pode ser manual”, criticou o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

E completou: “portanto, nós vamos entrar no túnel do tempo, e voltar ao tempo das fraudes em que as pessoas comiam votos, urnas desapareciam, apareciam votos novos (impressos). Nós vamos produzir um resultado muito ruim, portanto vai ser um mal para a democracia brasileira”, declarou.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vem questionando o sistema de urna eletrônica, alegando que ganhou no primeiro turno de 2018, mas quando solicitado que apresente provas sobre as alegações nada é enviado. Será que ele estaria sozinho nessa ideia de voto impresso?