A literatura brasileira está sempre presente nas provas de vestibulares e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Dessa forma, todos os anos as universidades divulgam uma lista de obras cobradas, entre elas o Romanceiro da Inconfidência sempre se faz presente.
Obra de Cecília Meireles (1901-1964), o livro foi publicado em 1953 e consiste em uma coletânea de poemas da autora. Nascida no Rio de Janeiro, Cecília foi uma jornalista, escritora, poeta, pintora e professora brasileira.
Sua obra literária faz parte do cânone brasileiro, desse modo, a autora é considerada um dos grandes nomes da literatura no Brasil. Assim, seus poemas sempre são utilizados nas provas de língua portuguesa de vestibulares.
O livro Romanceiro da Inconfidência apresenta temática social. A obra expressa a luta pela liberdade no Brasil do século XVIII, nesse sentido, é constituída por 85 romances e outros poemas, totalizando 95 textos. O gênero romanceiro consiste em um conjunto de poemas cuja temática apresenta apelo popular.
Nesse sentido, a obra de Cecília Meireles se utiliza da Inconfidência como tema central, incorporando elementos dramáticos, épicos e líricos. O romanceiro é considerado uma das principais obras da autora pela sua estrutura, além de ser registro de um período histórico do Brasil que retrata a sociedade de Minas Gerais do século XVIII.
O contexto histórico, pautado na luta pela emancipação do Brasil, se delineia logo nos primeiros 26 poemas da obra, cujas formas são feitas com a medida velha, redondilha menor, verso de cinco sílabas poéticas (pentassílabo) e redondilha maior, verso de sete sílabas (heptassílabo).
Veja trecho do Romance XXVIII ou da Denúncia de Joaquim Silvério:
“No Palácio da Cachoeira,
com pena bem aparada,
começa Joaquim Silvério
a redigir sua carta.
De boca já disse tudo
quanto soube e imaginava.
Ai, que o traiçoeiro invejoso
junta às ambições a astúcia.
Vede a pena como enrola
arabescos de volúpia,
entre as palavras sinistras
desta carta de denúncia! […]”
Assim, o Romanceiro da Inconfidência consiste em uma obra poética que combina elementos da história do país de forma sensível. Nesse sentido, a poetiza preza pela caracterização cuidadosa e representação sensível dos personagens.
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