Diversas instituições em todo o Brasil estão com inscrições abertas para o vestibular de 2022.
A preparação para os exames geralmente envolve um mix de sentimentos. Ansiedade, estresse e vários outros, afinal, é uma fase decisiva.
Além disso, com as transformações provocadas com a pandemia, com isolamento social, aulas híbridas e todas as adaptações necessárias, intensificaram os sentimentos dos vestibulandos.
“Todas essas mudanças abalaram o emocional dos alunos, intensificando a ansiedade, o estresse e a pressão no vestibulando. Na sala de aula presencial havia a presença dos professores e colegas que amenizavam a ansiedade, já online, é o aluno com ele mesmo”, explica a psicóloga clínica que segue a abordagem da Psicoterapia Positiva Luciana Deutscher.
Segundo Luciana é necessário compreender o que passa na cabeça desses jovens: “Muitos são imaturos, e a época do vestibular é uma pressão, e muitos pais exigem resultados, principalmente a aprovação em uma determinada faculdade”, avalia. “Por isso, é muito importante que o jovem crie uma rotina, de estudo e de lazer. Lazer não significa festa ou estar na rua, mas também assistir um bom filme, uma série, fazer exercícios, mudar o foco do estudo, algo prazeroso”, salienta.
Para Luciana, os vestibulandos precisam incluir no começo do seu dia, antes de começar os estudos, pelo menos três minutos para parar, respirar fundo, estando atento à entrada e saída do ar.
“A consciência corporal que temos quando fazemos esse simples exercício é imensamente benéfica para o corpo e para mente, além de trazer o foco para o momento presente. E cada vez que o aluno, durante o estudo, se perceber desatento, cansado e sem foco, deve dar uma pausa. Levantar-se, dar uma volta pela casa, respirar e então retornar às atividades”, pontua.
“É preciso lembrar sempre que esses últimos dois anos está sendo atípico para todos. O mundo inteiro está passando pelas mesmas dúvidas, medos e angústias, mesmo assim, é necessário um extremo cuidado com as autocobranças para que os limites não sejam excedidos”, reforça Luciana.
O momento da inscrição no vestibular acaba se tornando uma decisão difícil para muitos, pois será o momento de escolher uma carreira e muitos estudantes ainda estão em processo de definição da sua identidade.
“É importante que o adolescente se prepare, conhecendo suas habilidades. Existe no mercado diversas formas de testes vocacionais”, explica Luciana. Em seu consultório, a psicóloga explica que trabalha com a orientação de carreira. “Não é um teste vocacional, pelo contrário, nas sessões os jovens descobrem valores, habilidades e desejos”, conta. É importante que o jovem avalie sempre os prós e contras de cada profissão, seus desejos e anseios. “Muitos chegam no consultório infelizes pois os pais querem que faça determinado curso para dar continuidade na história da família. Se não for da vontade desse adolescente, ele pode até cursar, mas com certeza será um adulto infeliz profissionalmente”, ressalta.
De acordo com a psicóloga, diversos jovens e vestibulandos só pensam em fazer o que gostam e na hora de escolher a profissão se esquecem de que também é preciso verificar se os ganhos e o mercado de trabalho com a profissão escolhida condizem com as expectativas de vida que gostaria de levar após se formar.
Para os pais ou responsáveis que não tem condições de orientar seus filhos na escolha de uma profissão, a melhor opção é aconselhar uma orientação de carreira ou teste vocacional.
“Com certeza será um momento de descoberta e de redução do stress”, completa. “Normalmente não se orientam os jovens em relação a esses temas, apenas com orientação vocacional tradicional baseadas em testes. O correto seria as escolas começarem esse processo no segundo ano do EM”, finaliza.
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