O volume de vendas no varejo brasileiro cresceu 0,6% em setembro deste ano, em comparação com o mês anterior. O resultado sucede a queda de 0,1% registrada em agosto e mostra que o avanço conseguiu eliminar o recuo daquele mês.
De acordo com o IBGE, “a alta de setembro repete o padrão de variação de baixa amplitude nessa comparação ao longo de 2023: desde fevereiro o indicador tem registrado variação na faixa de -0,6% (maio) até 0,7% (março e julho). Com isso, a diferença do nível de vendas em setembro de 2023 para o pico da série histórica (outubro de 2020) é de -1,5%“.
Com o acréscimo deste resultado, as vendas do comércio varejista cresceram 0,4% no trimestre encerrado em setembro. Já na comparação com setembro de 2022, o volume de vendas cresceu 3,3%, refletindo um desempenho bem mais forte neste ano. Aliás, este foi o quarto avanço consecutivo na base anual.
No acumulado entre janeiro e setembro deste ano, o varejo registrou avanço de 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O avanço é levemente maior que o registrado nos últimos 12 meses (1,7%).
Todos os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta quarta-feira (8).
O IBGE revelou que, na comparação com agosto, o volume de vendas cresceu em apenas três das oito atividades pesquisadas. Em contrapartida, os resultados das cinco atividades restantes ficaram negativos. Isso mostra que houve mais queda em setembro, mas os avanços exerceram maior impacto na taxa nacional.
Confira abaixo as variações registradas em setembro:
Segundo o IBGE, o segmento de hiper e supermercados teve a segunda maior alta em setembro, mas exerceu a maior influência nas vendas do varejo nacional. A saber, o segmento respondeu por 56% do total do comércio varejista brasileiro em setembro deste ano. Com este novo avanço, o segmento passou a ficar 9,1% acima do patamar pré-pandemia.
“Esse é um setor que pesa muito no indicador e, com avanço de 1,6%, acabou ajudando o varejo a sair da margem de estabilidade. Um dos fatores principais para o resultado dessa atividade é a escolha orçamentária das famílias, que está voltada para os itens de primeiras necessidades“, explicou Cristiano Santos, gerente da pesquisa.
“Com o aumento da população ocupada e da massa de rendimento, as pessoas estão usando o rendimento habitual para os gastos em hiper e supermercados e não está sobrando para concentrar em outras atividades“, acrescentou.
Dentre os recuos, a taxa mais importante foi registrada pelo segmento de combustíveis e lubrificantes, que tem o segundo maior peso no varejo. “Houve crescimento de receita dos postos de gasolina, mas não o suficiente para ganhar da inflação“, disse o gerente da pesquisa.
O recuo percentual foi inversamente semelhante ao avanço do segmento de hiper e supermercados, mas este tem um peso bem maior que o segmento de combustíveis. Por isso que o resultado nacional ficou positivo, apesar de poucos avanços no mês.
O IBGE informou que as vendas no varejo brasileiro cresceram em 13 das 27 unidades federativas (UFs) em setembro. Em suma, a alta também não ficou muito disseminada, atingindo praticamente metade dos locais.
Nos demais, as quedas atingiram 13 UFs, mas o resultado nacional ficou positivo graças à influência dos avanços. A propósito, Tocantins foi o único local a registrar estabilidade das vendas em relação a agosto.
Segundo o levantamento, as UFs que tiveram as altas mais intensas no mês foram:
Por outro lado, as UFs que apresentaram as principais taxas negativas em setembro foram:
Por fim, o IBGE explica que “a PMC produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do comércio varejista no país, investigando a receita bruta de revenda nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, e cuja atividade principal é o comércio varejista“.