O volume de vendas no varejo brasileiro caiu 0,2% em agosto deste ano, em comparação com o mês anterior. O resultado sucede a alta de 0,7% registrada em julho. Apesar de cair no mês, as vendas cresceram 0,2% no trimestre móvel de junho a agosto.
De acordo com Cristiano Santos, gerente da pesquisa, o resultado de agosto é identificado como estabilidade. Em resumo, ele explicou que as variações tiveram pouca amplitude nos oito primeiros meses deste ano, exceto em janeiro, quando as vendas cresceram 4,0%.
“Com exceção de março, com alta de 0,7%, maio, com queda de 0,6% e julho com alta de 0,7%, todos os demais meses indicaram variações próximas a zero ou seja, foram quatro meses de estabilidade e três de volatidade baixa. A leitura para agosto é estabilidade, após um alta de baixa amplitude (0,7%) em julho”, explicou Santos.
Na comparação com agosto de 2022, o volume de vendas cresceu 2,3%, refletindo um desempenho mais positivo neste ano. Já no acumulado entre janeiro e agosto deste ano, o varejo registrou avanço de 1,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Todos estes dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta quarta-feira (18).
O IBGE revelou que, na comparação com julho, o volume de vendas caiu em quatro das oito atividades pesquisadas. Em contrapartida, os resultados das quatro atividades restantes ficaram positivos. Isso mostra que houve um equilíbrio entre as taxas, apesar de o resultado nacional ter ficado negativo.
Confira abaixo as variações registradas em agosto:
Segundo Cristiano Santos, o comércio varejista brasileiro vem enfrentando desafios em 2023. O resultado pouco expressivo de agosto não fica restrito ao oitavo mês do ano, visto que diversos fatores vêm limitando o crescimento das vendas no ano.
“Ao longo do ano, até agosto, grandes cadeias de lojas de atividades de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-4,8%) Móveis e eletrodomésticos (-2,2%) e Tecidos, vestuário e calçados (-0,4%), vivem crises contábeis e estão passando por redução no número de lojas. Esse movimento de puxar o indicador para baixo está muito relacionado à crise contábil que ainda persiste até agosto“, explicou o gerente da pesquisa.
Por outro lado, as vendas cresceram nas outras atividades pesquisadas. Em suma, o grande destaque fica com o segmento de hiper e supermercados, que vem apresentando crescimento constante nos últimos meses, tendo registrado alta em junho (1,4%) e julho (0,3%). A saber, isso vem acontecendo, principalmente, por causa da desaceleração da inflação na parte alimentícia.
“O efeito da inflação acaba tendo impacto na atividade, com maior renda para o consumidor adquirir produtos. Combustíveis e lubrificantes, por sua vez, com crescimento de 0,9%, apresenta uma trajetória contrária, tendo registrado vários meses com taxas muito próximas de zero ou em queda contribuindo, junto com Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo para colocar o indicador global da margem muito próxima de zero“, disse Santos.
O gerente da pesquisa também revelou que a atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria vem apresentando um desempenho estável. Pelo terceiro mês consecutivo o segmento varia entre -0,3% e 0,1%. “Essa atividade tem se sustentado sem quedas, mas acaba tendo pouca influência nos últimos meses“, disse.
O IBGE informou que as vendas no varejo brasileiro caíram em 20 das 27 unidades federativas (UFs) em agosto. Em suma, a queda ficou bastante disseminada, mas isso não fortaleceu a queda da taxa nacional no oitavo mês de 2023, já que oscilação ficou praticamente estável.
Segundo o levantamento, as UFs que tiveram as quedas mais intensas no mês foram:
Por outro lado, as UFs que apresentaram as principais taxas positivas foram:
Por fim, o IBGE explica que “a PMC produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do comércio varejista no país, investigando a receita bruta de revenda nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, e cuja atividade principal é o comércio varejista“.