O valor da cesta básica recuou em 13 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em março. Após avançar na maioria dos locais em janeiro, os preços dos itens básicos recuaram em 13 capitais no mês passado, assim como aconteceu em fevereiro.
Em resumo, a cesta básica ficou mais cara em apenas quatro locais, pesando um pouco mais no bolso dos consumidores destas regiões. A propósito, os avanços foram bastante tímidos, ou seja, nem todas as pessoas devem ter percebido o aumento dos preços nestes locais.
Confira as quatro capitais cujos preços subiram em março:
Por outro lado, o valor da cesta básica caiu em 13 capitais pesquisadas no mês passado, com destaque para o Sudeste:
Com o acréscimo destas variações nos preços, poucas capitais mudaram de posição no ranking nacional. Contudo, uma cesta básica que permaneceu no mesmo lugar foi a mais cara do país, que segue na posição há meses.
De acordo com o levantamento do Dieese, a cesta básica de São Paulo foi a mais cara do país em março. Nos últimos meses, a capital perdeu espaço para Porto Alegre, que chegou a ter a cesta mais cara do país por pouco tempo.
No entanto, isso mudou, e quem reside na capital paulista precisa pagar mais caro do que em outros locais do país para adquirir alimentos básicos.
Em síntese, a população paulistana precisou gastar R$ 782,23 para comprar uma cesta básica em março. A título de comparação, a segunda cesta mais cara do país foi a do Porto Alegre, que custou R$ 746,12 no mês passado, valor 4,6% menor que a de São Paulo.
Embora o valor tenha sido menor, o destaque mensal ficou com a cesta básica de Aracaju, que seguiu como a mais barata do país, custando R$ 546,14, que custou 30,2% a menos que a da capital paulista.
No acumulado dos últimos 12 meses até março, a cesta de São Paulo ficou 2,76% mais cara no país. O avanço foi bastante tímido e ficou abaixo da inflação oficial do país, definida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumulou alta de 4,65% no período.
Aliás, apenas três capitais registraram taxas mais elevadas que a variação da inflação no período. Em síntese, o principal destaque foi Belém, onde a cesta básica ficou 13,42% mais cara nos últimos 12 meses.
As outras duas capitais com taxas superiores à inflação oficial do país no período foram Natal (+6,90%) e Salvador (+5,53%). Entretanto, as altas não se mostraram tão expressivas quanto a de Belém.
Vale destacar que os preços caíram em seis capitais no acumulado de 12 meses: Curitiba (-3,11%), Belo Horizonte (-2,23%), Rio de Janeiro (-2,01%), Brasília (-1,61%), Vitória (-0,82%) e Florianópolis (-0,43%).
O Dieese revelou que oito dos 13 produtos pesquisados ficaram mais caros em São Paulo no mês passado. Veja abaixo quais tiveram alta em seus valores:
Em suma, o feijão se destacou em março, com o seu preço subindo em 16 das 17 capitais pesquisadas. O tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Belo Horizonte e São Paulo, ficou mais caro em todos os locais, com a maior alta registrada em Campo Grande (9,60%).
No acumulado dos últimos 12 meses, o item ficou mais caro em todos os locais, com variações oscilando entre 18,45%, em Fortaleza, e 43,15%, no Recife.
Segundo o Dieese, “a baixa produtividade das lavouras, pelas chuvas, reduziu a quantidade ofertada do grão de qualidade, porém, a demanda seguiu firme, o que elevou os preços no varejo”.
Por outro lado, cinco produtos pesquisados pelo Dieese ficaram mais baratos em São Paulo no mês passado. Aliás, os recuos foram bem significativos e conseguiram limitar a alta no valor da cesta básica da cidade de São Paulo, que subiu 0,37% em relação a fevereiro.
Confira os produtos cujos preços caíram em fevereiro:
Apesar do certo equilíbrio das variações em março, com pouco mais da metade dos itens apresentando alta em seus preços, enquanto os demais tiveram redução nos valores, isso não aconteceu no acumulado dos últimos 12 meses.
A saber, nove dos 13 produtos pesquisados ficaram mais caros no período. As únicas exceções foram tomate (-23,83%), óleo de soja (-10,20%), carne bovina de primeira (-5,29%), e açúcar refinado (-3,54%).
Em contrapartida, os demais itens apresentaram aumento dos seus preços no período: farinha de trigo (+30,94%), banana (+25,95%), leite integral (+23,73%), feijão carioquinha (+18,87%), manteiga (+17,76%), pão francês (+13,70%), arroz agulhinha (+12,24%), batata (+5,11%) e café em pó (+5,07%).