O desemprego no Brasil caiu no segundo trimestre de 2023 e atingindo 8,6 milhões de pessoas. O número de desempregados recuou 0,8 ponto percentual (p.p.) em relação aos três primeiros meses deste ano, quando a taxa ficou em 8,8%. Com isso, o Brasil fechou o trimestre com uma taxa de desocupação de 8,0%.
Na comparação com o trimestre anterior, houve uma redução de 785 mil pessoas sem ocupação no país. Esse resultado mostra o fortalecimento do mercado de trabalho brasileiro, que conseguiu crescer em um curto período de tempo.
Já na comparação anual, a taxa de desocupação caiu 1,3 p.p. em relação ao segundo trimestre de 2022. Em números reais, isso significa que o Brasil passou a ter 1,4 milhão de pessoas desocupadas a menos do que no mesmo período do ano passado.
Esse é um grande resultado e mostra que o mercado de trabalho está com uma recuperação robusta. Aliás, as projeções para a economia brasileira em 2023 estão cada vez mais otimistas.
No segundo trimestre de 2023, o desemprego caiu no Brasil devido aos resultados registrados pelas unidades federativas (UFs). Entre abril e junho, a taxa de desocupação recuou em oito das 27 UFs, puxando para baixo o resultado nacional.
Em suma, os locais que registraram queda na taxa de desocupação no trimestre foram:
A taxa nas 19 UFs restantes se manteve estável em relação aos três primeiros meses deste ano. Como não houve crescimento do desemprego nestes locais, a taxa nacional recebeu influência dos recuos e também caiu no período.
“Do primeiro para o segundo trimestre, é possível observar uma tendência de queda em todas as unidades da Federação, mas a redução foi estatisticamente significativa em apenas oito delas“, disse a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
A propósito, todos os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.
Embora a taxa de desemprego tenha caído no segundo trimestre deste ano, animando os trabalhadores, o resultado pode ter sido apenas sazonal. Em outras palavras, não há garantias de que haverá uma nova queda no terceiro trimestre.
“A queda na taxa de desocupação nesse trimestre pode caracterizar também um padrão sazonal. Após o crescimento do primeiro trimestre, em certa medida, pela busca de trabalho por aqueles dispensados no início do ano, no segundo trimestre, essa procura tende a diminuir“, explicou a coordenadora Adriana Beringuy.
No primeiro trimestre de 2023, a Bahia teve a maior taxa de desocupação do país, posição que vinha ocupando nos últimos tempos. Contudo, o cenário mudou e o estado baiano deixou a liderança nacional, visto que outro estado nordestino apresentou a maior taxa de desemprego do país.
Veja abaixo as taxas de desocupação em todas as UFs no segundo trimestre de 2023:
Unidade Federativa | 1º trimestre | 2º trimestre |
Pernambuco | 14,1% | 14,2% |
Bahia | 14,1% | 13,4% |
Amapá | 12,2% | 12,4% |
Rio de Janeiro | 11,6% | 11,3% |
Paraíba | 11,1% | 10,4% |
Sergipe | 11,9% | 10,3% |
Rio Grande do Norte | 12,1% | 10,2% |
Amazonas | 10,5% | 9,7% |
Piauí | 11,1% | 9,7% |
Alagoas | 10,6% | 9,7% |
Acre | 9,8% | 9,3% |
Maranhão | 9,9% | 8,8% |
Distrito Federal | 12,0% | 8,7% |
Ceará | 9,6% | 8,6% |
Pará | 9,8% | 8,6% |
São Paulo | 8,5% | 7,8% |
Tocantins | 6,9% | 6,5% |
Espírito Santo | 7,0% | 6,4% |
Goiás | 6,7% | 6,2% |
Minas Gerais | 6,8% | 5,8% |
Rio Grande do Sul | 5,4% | 5,3% |
Roraima | 6,8% | 5,1% |
Paraná | 5,4% | 4,9% |
Mato Grosso do Sul | 4,8% | 4,1% |
Santa Catarina | 3,8% | 3,5% |
Mato Grosso | 4,5% | 3,0% |
Rondônia | 3,2% | 2,4% |
“Pernambuco tem o maior índice do país, com 14,2%, seguido por Bahia (13,4%). Os dois ficaram estáveis na comparação com os três meses anteriores“, explica o IBGE.
Na parte de baixo da tabela, a situação ficou semelhante a do primeiro trimestre. Nos últimos tempos, a menor taxa de desemprego do país vinha sendo registrada por Santa Catarina. Contudo, no último trimestre de 2022, o estado sulista perdeu o posto para Rondônia, que vem mantendo a posição desde então.
Inclusive, no segundo trimestre de 2023, Santa Catarina perdeu mais uma posição, dessa vez para Mato Grosso, que teve uma das maiores quedas percentuais do país em relação à taxa de desocupação.
O instituto revelou que, “mesmo com a desocupação em queda quando comparada ao primeiro trimestre (-0,9 p.p.), o Nordeste (11,3%) segue com o maior percentual entre as regiões. Todos os estados nordestinos têm taxas maiores do que a média nacional”, explicou o IBGE.
Veja abaixo as taxas de desocupação em cada uma das regiões brasileiras: