Economia

Veja o diz o BC sobre a possibilidade de novas quedas da Selic este ano

Na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu reduzir em 0,50 ponto a taxa Selic, fazendo com que a taxa de juros caísse de 13,25% para 12,75% ao ano. Nesta terça-feira (26), o Comitê divulgou a sua esperada ata. Trata-se do documento que aponta para um indicativo de futuros cortes.

Assim como esperado, a ata do Copom indica que os membros da diretoria “concordaram unanimemente” com a expectativa de novos cortes no decorrer deste ano de 2023. A ideia do Banco Central (BC) é considerar novas reduções sempre de 0,50 ponto até o final do ano.

Notícia ruim?

Em um primeiro momento, as informações desta ata podem parecer positivas, mas o fato é que a indicação de corte de 0,50 ponto não é exatamente aquilo que o governo federal e boa parte do mercado financeiro estavam pedindo. Existia uma pressão destes grupos para que o BC elevasse o ritmo de queda da Selic neste ano de 2023.

Entretanto, o Copom deixou claro nesta ata que é “pouco provável”, considerando o cenário atual, a promoção de um ritmo maior na taxa básica de juros da economia brasileira.

“Tal ritmo (de 0,50 ponto) conjuga, de um lado, o firme compromisso com a reancoragem de expectativas e a dinâmica desinflacionária e, de outro, o ajuste no nível de aperto monetário em termos reais diante da dinâmica mais benigna da inflação antecipada nas projeções do cenário de referência”, descreve a ata.

“O Comitê seguiu avaliando que, entre as possibilidades que justificariam observarmos expectativas de inflação acima da meta estariam as preocupações no âmbito fiscal [contas públicas], receios com a desinflação global [demora na queda da inflação em outros países] e a possível percepção, por parte de analistas, de que o Copom, ao longo do tempo, poderia se tornar mais leniente no combate à inflação”, informou o Banco Central.

Qual o impacto da redução da Selic

A redução da taxa Selic impacta diretamente a vida de milhões de brasileiros de todas as regiões do Brasil. Como a Selic é a taxa básica de juros, quando ela é reduzida, uma série de outros juros também podem ser reduzidos. É o caso, por exemplo, do teto de juros do consignado para os segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Em entrevista ainda na última semana, o ministro da previdência social, Carlos Lupi (PDT), chegou a dizer que a taxa máxima de juros do consignado vai ser reduzida de maneira quase que automática na mesma medida em que a Selic for reduzida também.

“Nossa intenção é fixar essa taxa como referência para, cada vez que o Banco Central diminuir a taxa, a gente acompanhar a mesma proporcionalidade nas taxas do sistema de consignado”, disse o ministro em debate na Câmara dos Deputados na última quarta-feira (20).

Carlos Lupi participou de debate na Câmara na última semana. Imagem: Lula Marques/ Agência Brasil

Caixa e Banco do Brasil

Já na última semana, quando a Selic foi reduzida em 0,50 ponto e alcançou o patamar de 12,75% ao ano, instituições financeiras públicas como Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal decidiram reduzir as suas taxas de juros internas para o consignado.

  • Banco do Brasil

No caso específico do consignado do INSS, o Banco do Brasil decidiu reduzir a taxa mínima de 1,75% para 1,71% por mês. Já o teto da linha passou de 1,89% para 1,85% ao mês. No caso do consignado público e no crédito estruturado, as taxas devem começar em 1,19% ao mês, e em 1,21% ao mês, respectivamente.

  • Caixa Econômica Federal

Já na Caixa Econômica Federal, a ideia é que a taxa média de juros do consignado passe de 1,61% para 1,55% ao mês. Neste caso, as mudanças começaram a valer desde a última quinta-feira (21). A instituição, no entanto, ainda não informou quais são os novos valores que serão cobrados especificamente para o consignado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)