O Governo Federal acaba de divulgar as diretrizes para a implementação da tão aguardada Tarifa Social Nacional de Água e Esgoto. Esta medida visa proporcionar um alívio significativo para famílias de baixa renda, concedendo um desconto de 50% sobre os primeiros 15 metros cúbicos de consumo mensal de água e esgoto em suas residências.
O benefício, que deverá entrar em vigor em 11 de dezembro de 2024, representa um passo importante na promoção do acesso equitativo a serviços essenciais e na redução das desigualdades sociais.
Para usufruir deste auxílio financeiro, os cidadãos brasileiros precisam atender a determinados critérios socioeconômicos. Primeiramente, a renda per capita familiar não pode exceder metade do salário mínimo vigente, o que atualmente equivale a R$ 706. Além disso, é necessário se enquadrar em uma das seguintes situações:
Famílias de baixa renda devidamente cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do Governo Federal terão acesso automático ao benefício.
Famílias que possuam entre seus membros uma pessoa com deficiência ou um idoso com 65 anos ou mais, que comprovem não ter meios de prover sua própria subsistência nem receber auxílio financeiro de familiares, e que recebam o Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou outro benefício equivalente, também serão elegíveis.
O cadastramento dos beneficiários será realizado de forma automática pelas empresas prestadoras de serviços, com base nos dados do CadÚnico e nos bancos de dados já utilizados por essas companhias. No entanto, aqueles que não forem identificados automaticamente, mas acreditarem ter direito ao benefício, deverão se dirigir aos centros de atendimento das concessionárias para se cadastrarem.
Para o cadastramento presencial, os interessados deverão apresentar um documento oficial de identificação do responsável familiar, juntamente com um dos seguintes comprovantes:
Preferencialmente, as empresas prestadoras de serviços deverão seguir as estruturas tarifárias estabelecidas pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Caso optem por não adotar essas diretrizes, as concessionárias terão a obrigação de publicar em seus sites como o benefício será aplicado em suas respectivas regiões de atuação.
O custo do desconto concedido aos beneficiários da Tarifa Social será rateado entre todas as unidades consumidoras de água da região, de forma a garantir o equilíbrio financeiro das operadoras.
Adicionalmente, o Poder Executivo foi autorizado a criar uma “Conta de Universalização de Acesso à Água”, que poderá ser custeada por dotações orçamentárias da União e outros recursos advindos por meio do Poder Executivo, sujeitos à disponibilidade orçamentária.
Esta conta tem como objetivo contribuir para a redução das desigualdades sociais e prover recursos para compensar os descontos aplicados aos usuários que não tenham capacidade de arcar com o custo integral dos serviços.
O benefício da Tarifa Social de Água e Esgoto poderá ser suspenso caso a empresa prestadora de serviços detecte e comprove a ocorrência de irregularidades por parte do beneficiário, tais como:
Caso uma unidade consumidora deixe de se enquadrar nos critérios de elegibilidade, terá o direito de permanecer como beneficiária por pelo menos 3 meses adicionais. Durante esse período, as faturas deverão conter um aviso informando sobre a perda futura do benefício.
De acordo com estimativas do relator do projeto, o senador Flávio Arns (PSB-PR), o benefício da Tarifa Social de Água e Esgoto poderá atingir até 54% da população das regiões Norte e Nordeste do país. Além disso, quando o projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados em fevereiro, acreditava-se que o custo inicial do benefício ficaria entre R$ 1,8 bilhão e R$ 5,5 bilhões.
O relatório do projeto previa ainda que cerca de 34 milhões de famílias se enquadrariam nos critérios estabelecidos, embora nem todas tenham acesso à rede de água e esgoto atualmente. Essa medida representa um passo significativo na promoção do acesso universal a serviços essenciais e no combate às desigualdades socioeconômicas.
Ademais, a Tarifa Social Nacional de Água e Esgoto representa um passo importante na busca por uma sociedade mais justa e igualitária. Ao aliviar o fardo financeiro enfrentado por famílias de baixa renda em relação ao acesso a serviços essenciais, essa medida contribui para a melhoria da qualidade de vida e a promoção da dignidade humana.
No entanto, é fundamental que a implementação do benefício seja realizada de forma transparente, eficiente e inclusiva, garantindo que os recursos sejam direcionados àqueles que realmente necessitam. Além disso, é essencial que o Governo Federal continue investindo em políticas e programas complementares que visem a universalização do acesso à água e ao saneamento básico, bem como a redução das desigualdades sociais em todas as regiões do país.