O jornal O Globo publicou matéria informando que o governo federal pretendia aproveitar a tramitação da Medida Provisória nº 889, que libera os saques do FGTS, para reformular o acesso aos recursos do fundo e quebrar o monopólio da Caixa Econômica Federal.
Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro disse ser contra a quebra do monopólio da Caixa na administração do FGTS, assim como Paulo Guedes e o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. “Se o Congresso decidir quebrar o monopólio da Caixa, eu a vetarei segundo orientação da própria Economia”, escreveu Bolsonaro na sua página do Facebook.
Taxa de administração
A Caixa cobra taxa de 1% para gerir os recursos e usa o dinheiro do FGTS para financiar projetos do Minha Casa, Minha Vida, de saneamento e de infraestrutura. O argumento para dar acesso a outros bancos seria o de diminuir essa taxa de administração. Segundo Pedro Guimarães, o banco estuda propor a redução da taxa de administração, com adoção de novas tecnologias.
O presidente da Caixa argumentou ainda que a taxa de administração cobrada atualmente envolve projetos no país inteiro, permitindo que o banco desenvolva projetos onde o custo é menor – em grandes cidades e entorno -, e onde as despesas são maiores – em locais de difícil acesso no interior do país. Guimarães disse que se houver divisão na gestão dos recursos, não será possível que cidades do interior do Norte e do Nordeste tenham taxa de gestão 1% porque geraria prejuízo para o banco, o que não é permitido por órgãos de controle como o Tribunal de Contas da União (TCU).
Lucro
O presidente da Caixa disse que o banco deve ter um lucro de R$ 684 milhões por administrar o FGTS, em 2019. Já as receitas devem ficar em R$ 5,1 bilhões.
Segundo ele, se a Caixa financiasse projetos do Minha Casa, Minha Vida somente em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, o lucro com os recursos do FGTS seria de R$ 1,5 bilhão.
“Estamos presentes em 5,4 mil municípios. Em 711 municípios só tem a Caixa. Nesses municípios onde só existe a Caixa, há uma necessidade social extrema. O volume financeiro de receitas é baixo e o custo é elevado porque é difícil chegar”.
Fonte: Mixvale.