Segundo estudo da Prefeitura de São Paulo em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), a variante brasileira P1 hoje corresponde a 64% dos casos de Covid-19 na capital paulista. A informação foi dada em coletiva de imprensa nesta sexta (26).
A pesquisa feita em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da USP tomou por base testes PCR colhidos no começo de março. Das 73 amostras de moradores de São Paulo verificadas, 52 eram de alguma variante.
O estudo apontou que 64,4% dos casos em São Paulo eram da variante brasileira P1 e 6,8% da variante do Reino Unido B.1.1.7, enquanto 28,8% correspondiam a outras linhagens do coronavírus que não causam tanta preocupação.
De acordo com o secretário de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, a taxa de mortalidade entre pacientes em estado grave infectados pela variante brasileira P1 é de 35%. Tal variante foi detectada principalmente em pessoas jovens.
“Na população de 20 a 54 anos é onde hoje se concentram o maior número de casos confirmados de Covid-19. É exatamente uma característica acentuada dessas novas variantes. São esses os pacientes que em número cada vez mais acentuado que procuram o sistema de saúde quase sempre em estágio avançado.”
Após o estudo, a Secretara Municipal de Saúde decidiu alterar o protocolo de atenção básica na cidade.
Durante a coletiva de imprensa, o novo protocolo de manejo dos pacientes com Covid-19 foi apresentado. Segundo a secretária executiva de Atenção Básica, Especialidade e Vigilância, Sandra Maria Fonseca Sabino, a mudança é necessária por conta das características da variante brasileira P1.
“Os pacientes avançam com a patologia sem sintomas até estar gravemente e clinicamente doente, assim quando ele apresenta os sintomas, é rapidamente internado e por vezes intubado, precisando de um leito de UTI. É por isso que eu apelo a toda a população para que, aos primeiros sintomas, principalmente os pacientes jovens, que valorizem esses primeiros sintomas e procurem a UBS para o monitoramento.”
Agora, os exames de Covid-19 serão solicitados após 3 dias de sintomas e o monitoramento do paciente por telefone deve ocorrer diariamente até o 14° dia. O paciente deve retornar à Unidade Básica de Saúde (UBS) no 6° dia ou se houve piora antes disso.
Pacientes com comorbidades ou que sejam do grupo de risco deverão repetir os exames no 10° dia após aparecerem os primeiros sintomas. Se o paciente não retornar para o atendimento, a Prefeitura deve fazer uma visita ou contatar a pessoa por telefone.
Os pacientes do grupo de risco que voltarem à UBS e apresentarem piora no quadro da Covid-19 devem ser encaminhados à Rede de Urgência e Emergência da Região.
Já aqueles que não forem do grupo de risco, mas piorarem, receberão um oxímetro para monitorar a saturação diariamente até a alta médica.