Cientistas buscam cada dia mais ter avanços quanto ao combate ao vírus Covid-19 e suas variantes. A pandemia ainda não acabou, o que causa muito desconforto para a população brasileira.
Recentemente, houve um aumento de casos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Brasília. Logo, as autoridades recomendaram a volta do uso de máscaras. A situação é um pouco controversa ao atual momento.
Muitos brasileiros já estão vacinados com a terceira dose, no entanto, isso não tem impedido de serem infectados. Acontece que o vírus tem a capacidade de se desenvolver facilmente diante a defesa trazida pelas vacinas.
“Nós estamos num momento muito crítico da pandemia, porque o que temos visto é que o vírus evoluiu e tem evoluído rapidamente, ao contrário das vacinas. Os imunizantes foram originalmente desenhados para cepa inicial, a cepa de Wuhan”, explica a epidemiologista Denise Garrett.
Para quem não sabe, Wuhan é a cidade chinesa onde a pandemia começou, no fim de 2019. Todavia, de lá para cá muitas variações surgiram assombrando não só o Brasil, mas todo o mundo.
“As variantes estão se especializando em driblar a imunidade e temos o fato também das vacinas, do último reforço já ter sido há algum tempo. O que nós observamos é que com 4 a 5 meses você já tem uma queda significante na proteção”, afirma Garrett.
Em suma, essas vacinas são eficazes contra as cepas nas quais elas foram criadas para destruir. Diante disso, muitas pessoas foram salvas, se não contra a infecção, contra o agravamento da doença.
“Para a proteção, para a hospitalização, doença severa, doença grave, morte, ela ainda continua. Mas também estamos começando a ver uma queda nessa proteção”, diz a epidemiologista.
De acordo com alguns cientistas, é preciso criar vacinas que funcionem contra todas as variantes do vírus, uma vez que não existe a possibilidade de atualizá-las a cada nova cepa. Além disso, é cabível que não sejam aplicadas no músculo, mas sim pelo nariz.
Esse seria um dos fatores principais, considerando que o vírus da Covid entra pelas vias respiratórias e fica alojado por um bom tempo se reproduzindo nas mucosas, locais em que as vacinas atuais não conseguem alcançar.
“Se você fizer uma vacina de spray nasal, você vai induzir uma resposta imune local no nariz”, ressalta o imunologista Jorge Kalil.
“Você elimina o vírus na entrada, porque as pessoas mesmo vacinadas atualmente podem ainda infectar o nariz e distribuir o vírus para várias outras pessoas”, complementa o especialista.
Contudo, é preciso ressaltar que controlar a pandemia num país como o Brasil é um desafio enorme, tanto pelo tamanho quanto pela variação climática. Sendo assim, seguir a ciência e recorrer as atuais vacinas é crucial.