A onda de calor que vem atingindo o Brasil está fazendo o país acionar cada vez mais as usinas termelétricas. Na sexta-feira (17), a geração de energia termelétrica atingiu o maior nível desde a crise hídrica de 2021.
De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as usinas térmicas geraram aproximadamente 16,4 gigawatts (GW) médios. A alta geração de energia através desta fonte foi registrada no início da noite, por volta das 19h30. Cabe salientar que a produção das usinas térmicas estava mantendo um padrão médio aproximado de 7 GW por dia.
“O que a gente tinha visto no passado era a termoelétrica entrando por falta de chuva, então ela entrava para fazer essa compensação do regime hidrológico; os reservatórios estavam baixos. Isso não é o que está acontecendo hoje, os reservatórios estão cheios, mas a gente precisa de ajuda para atender essa demanda de ponta“, explicou Tiago de Barros Correia, ex-diretor da Aneel.
Em suma, o Brasil sofreu em 2021 com a maior crise hídrica na região das hidrelétricas dos últimos 91 anos. Isso fez o governo recorrer às termelétricas para continuar distribuindo energia à população.
A saber, a última vez que o Brasil havia gerado mais de 16 GW de energia através das termelétricas foi em dezembro de 2021. Naquela época, o país enfrentava graves problemas de abastecimento de água devido à crise hídrica de durou meses.
“Pôde-se constatar que mais uma vez as usinas termelétricas cumpriram o seu papel, desta vez, para a segurança elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN)”, disse a Associação Brasileira das Geradoras Termelétricas (Abraget). A propósito, o ONS afirmou que ainda não acionou 100% das usinas térmicas disponíveis.
Embora a demanda por energia térmica tenha alcançado o maior patamar em quase dois anos, as hidrelétricas ainda respondem por dois terços da energia gerada no Brasil. Na noite da sexta-feira (17), o SIN estava sendo atendido pelas seguintes fontes :
Nesta semana, a demanda por energia elétrica no Brasil bateu recorde por dois dias seguidos. O ONS informou que a demanda de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) superou 100 GW (gigawatts) na segunda e na terça-feira, dias 13 e 14. Antes disso, a demanda nunca havia alcançado essa marca no país.
A demanda por energia disparou 16,8% no Brasil desde o início de novembro. Em suma, os primeiros dias deste mês estavam com uma demanda de 86,8 GW, mas o número superou 100 GW nesta semana.
O consumo recorde de energia elétrica no Brasil está acontecendo por causa de uma massa de ar quente que vem cobrindo parte do país. Com isso, as temperaturas estão ficando acima do normal, dificultando a vida das pessoas, que veem na energia elétrica uma forma de acabar com o calor e o desgaste que as temperaturas elevadas causam.
Vale destacar que a energia gerada pelas usinas termelétricas é mais cara que a produzida por hidrelétricas. Em resumo, isso é explicado por causa do elevado custo dos combustíveis fósseis, como o gás natural, por exemplo.
Nas últimas semanas, os preços dos derivados do petróleo subiram em todo o mundo devido ao conflito no Oriente Médio, entre Israel e o grupo extremista islâmico Hamas. Por isso, especialistas ressaltam a importância de investimentos que o Brasil deve fazer em redes de transmissão que tenham maior capacidade de escoamento.
“O maior problema hoje é que existe até um excesso de geração e que a gente não consegue acomodar. Então o correto numa situação normal era a gente aproveitar a energia gerada pelo sol e pelo vento e fazer armazenamento de água nos reservatórios e guardar a termoelétrica, mas no contexto atual de hoje a gente tem que desperdiçar um pouco de vento de sol não consegue escoar pela rede“, explicou Tiago de Barros Correia.
“Então seria interessante também haver investimentos em linhas de transmissão pra permitir o maior escoamento dessas fontes que já estão instaladas ou que vão ser instaladas nos próximos anos, principalmente no Nordeste“, acrescentou.
Como o calor está muito grande no Brasil, a população tenta de todas as maneiras criar um lugar mais agradável, e isso só tem sido alcançado, principalmente, com o uso de ar-condicionado ou ventilador.
Por isso, muitas pessoas se mostraram preocupadas com a demanda do SIN, questionando se o país terá condições de suprir essa demanda. De acordo com o ONS, o sistema está preparado para atender o consumo de energia elétrica no país.
“O SIN é robusto, seguro, possui ampla diversidade de fontes e está preparado para atender às demandas de carga e potência da sociedade brasileira“, afirmou o ONS no início desta semana.
Cabe salientar que a demanda por energia disparou 16,8% no Brasil desde o início de novembro. Em suma, os primeiros dias do penúltimo mês de 2023 estava com uma demanda de 86,8 GW, mas o número chegou a 101,5 GW na terça-feira (14).