Segundo estudo da Universidade de Pádua, uma das mais renomadas da Itália, o uso de máscaras evitou 30 mil casos de Covid-19 durante a primeira onda da doença no país, entre março e maio de 2020.
No período estudado, a Itália registrou cerca de 230 mil casos de infecção pelo novo coronavírus e 33,4 mil mortes por Covid-19, colocando o país entre os mais atingidos pela pandemia em todo o mundo.
Pesquisadores da Universidade de Pádua compararam dados de oito regiões similares, mas que adotaram medidas diferentes para combater o avanço da Covid-19.
De acordo com o bioengenheiro Morten Gram Pedersen, coordenador do estudo publicado na revista Infectious Diseases, o lockdown nacional foi o fator mais importante para conter a disseminação do novo coronavírus na Itália. “Mas em algumas regiões identificamos quedas maiores na transmissão viral a partir de meados de abril, período que corresponde com o fornecimento de máscaras gratuitas e/ou a obrigação de usá-las”, disse Pedersen.
As regiões que não adotaram o uso de máscaras não tiveram redução no número de casos de Covid-19 na mesma velocidade.
“Diversos estudos recentes apoiam o uso de máscaras, e nosso trabalho está em linha com outros conduzidos recentemente na Alemanha e nos Estados Unidos, que correlacionam o uso de máscaras à redução do contágio por Covid-19”, ressaltou o coordenador.
Embora o uso de máscaras ajude a conter a transmissão do novo coronavírus, o coautor do estudo, Matteo Meneghini, diz que em situações críticas apenas o uso de máscaras “por si só é insuficiente” para enfrentar a pandemia. O ideal é que a medida seja acompanhada de restrições de circulação, como lockdown parcial ou total.
A Universidade de Pádua é considera a segunda melhor instituição de ensino pública com mais de 40 mil alunos na Itália. No total, desde o começo da pandemia de Covid-19, a Itália registra aproximadamente 2,9 milhões de casos confirmados e cerca de 97 mil mortes.