Tempo seco, uso constante do ar condicionado e até casos de alergia podem ocasionar a congestão nasal, popularmente conhecida como nariz entupido.
Além de dificultar a respiração, este sintoma também pode alterar a qualidade do olfato e paladar, inclusive, em casos mais acentuados, gerar crises de ansiedade, devido à falta de ar provocada.
Buscando um alívio imediato, muitas pessoas que sofrem com a cogestão nasal acabam optando por soluções práticas, como é o caso dos descongestionantes nasais, comercializados sem a necessidade de receitas nas farmácias de todo o Brasil.
Apesar de garantir uma solução momentânea, os descongestionantes nasais não tratam a causa da congestão e sim, apenas os sintomas. Além disso, o efeito dura poucas horas.
Diante dito, seu uso acaba acontecendo de forma indiscriminada, chegando a muitos casos, induzir a dependência entre diversas pessoas. Ao aplicar a substância diversas vezes ao nariz, os vasos começam a não responder mais como deveriam, necessitando cada vez mais de uma quantidade maior. Dessa forma, o usuário torna uso do descongestionante mais frequente, gerando assim, uma dependência do medicamento.
Segundo uma pesquisa realizada pelo do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas de São Paulo, os descongestionantes nasais estão entre os medicamentos de venda livrem que apresentam mais riscos aos usuários, ficando atrás apenas dos anti-inflamatórios e dos analgésicos.
A possibilidade de induzir a um uso constante, ou até mesmo a dependência diária, não é o único agravante dos descongestionantes nasais, afinal, com sua ação vasoconstritora, eles podem provocar inúmeras sequelas à saúde, incluindo, riscos de doenças graves, como as cardiovasculares.
Isso porque este tipo de solução é composto pelas substâncias nafazolina, fenoxazolina e oximetazolina, que através de um uso indiscriminado podem ser absorvidas pela mucosa nasal chegando até a corrente sanguínea.
Entre as principais consequências do uso indiscriminado de descongestionantes nasais, os médicos otorrinolaringologistas destacam:
O primeiro passo para evitar o uso do descongestionante nasal é realizar uma consulta médica com um otorrinolaringologista, a fim de que o especialista identifique a causa da cogestão e a trate adequadamente, não apenas os sintomas, como acontece com o uso dos descongestionantes.
Caso não seja diagnosticada nenhuma alteração do sistema respiratório, realizar higienizações nasais com soro fisiológico a 0,9% pode aliviar a sensação de nariz entupido.
Outros recursos naturais como inalação de vapor de eucalipto, lavagens com água morna e sal, tomar chá de guaco e até fazer massagem entre as sobrancelhas e na lateral do nariz, também podem ajudar.
O uso indicado de descongestionante se limita a quadros agudos de gripes, sinusites e resfriados, entretanto, mesmo nestes casos a aplicação deve ser moderada e mantida apenas enquanto o quadro gripal durar.
Ainda de acordo com os especialistas, a congestão nasal acontece devido ao nariz ser uma região muito vascularizada. Diante disso, diversos fatores podem provocar sua vasodilatação, inibindo um fluxo de ar adequado pelas vias durante a respiração. Ela também pode ser um sinal indicativo de outros problemas de saúde, portanto, diagnosticar sua origem através de uma avaliação médica é essencial.