O Concurso Nacional Unificado (CNU), popularmente conhecido como Enem dos Concursos, poderá ser adiado a qualquer momento. Oficialmente, as provas estão agendadas para o próximo domingo (5), mas uma decisão sobre o tema pode ser divulgada até o início da tarde desta sexta-feira (3).
Quem deu esta informação foi o ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta. “No mais tardar, até o início da tarde de hoje, a gente precisa ter uma orientação definitiva sobre a realização do concurso”, disse ele.
“A possibilidade de adiamento do concurso tem um custo de R$ 50 milhões. São mais de 2,5 milhões de inscritos em todo o país. A princípio, a ideia de suspender o concurso só para o Rio Grande do Sul, do ponto de vista jurídico, é muito questionável. Outra hipótese que existirá é a suspensão total do concurso. A não ser que haja alguma decisão judicial nesse sentido”, disse o Ministro.
“O que estou afirmando é que nós vamos buscar segurança jurídica porque alguém poderia me perguntar: deve ser judicializado para que não ocorra prova no Rio Grande do Sul? É muito provável [que aconteça]. Como é provável que seja judicializado em outros estados para garantir que a prova ocorra. Não podemos levar o concurso para uma insegurança jurídica. Vamos tomar uma decisão consolidada no decorrer das próximas horas para garantir a tranquilidade e a segurança jurídica necessária para todas as pessoas que vão participar desse certame”, completou ele.
Ainda no final da noite da quinta-feira (2), o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos lançou uma nota confirmando a realização do exame mesmo para o estado do Rio Grande do Sul. A nota, no entanto, caiu como uma bomba nas redes sociais.
O governo federal passou a ser alvo de críticas até mesmo por parte de membros de partidos aliados. O ministro Paulo Pimenta foi perguntado sobre esta situação na manhã desta sexta-feira (3).
“No decorrer da manhã, vamos nos debruçar sobre isso. O compromisso do governo é que ninguém seja prejudicado. Ninguém pode deixar de participar do concurso porque está numa cidade em situação de emergência ou está numa cidade onde o bloqueio impede o acesso ao local da prova”, disse ele.
“Muitas delas já se deslocaram, já estão na cidade onde vai acontecer a prova. As provas já estão nos estados. Existe toda uma logística de distribuição. Portanto, é uma decisão que envolve vários aspectos. Mas a garantia é que ninguém no estado do Rio Grande do Sul será prejudicado ou impedido de participar do concurso. Se não puder fazer a prova no domingo, vamos ter que construir uma alternativa”, completou.
Segundo o governo do estado do Rio Grande do Sul, milhares de pessoas estão neste momento sem energia elétrica ou internet. Ainda não é possível cravar um número exato, mas milhares de pessoas perderam tudo por causa da força das cheias que se avolumam pelo estado.
Para além disso, vale lembrar que as previsões do tempo para a região não são otimistas. De acordo com projeções da Agência Nacional de Meteorologia (Inmet) e do portal do Climatempo, a tendência é de mais chuva pelos próximos dias, inclusive para a data da realização do CNU.
“É muito delicado. Como são vários concursos, você imagina o seguinte: as provas já estão nos estados, vão para o local de prova. Você já sabe, em cada sala de aula, quem são as pessoas que vão fazer a prova e para qual concurso elas vão fazer. Então, numa sala de aula, tem diversas provas diferentes. Esse pacote já sai pronto de Brasília. Ele vai chegar lá na sala de aula. Você imaginar mexer numa logística dessa dimensão, com dificuldade de acesso como estamos, é muito difícil.”