Imagine um programa que permita que o estudante escreva redações e obtenha correções e orientações de forma imediata, resultando em um aumento de 90% nas notas de redações. Criado em terras brasileiras, o Programa Letrus, que utiliza a inteligência artificial para auxiliar a educação, recebeu o Prêmio Rei Hamad Bin Isa-Al Khalifa edição 2019, entregue pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
O seu uso ganhou destaque após a startup idealizadora do programa Letrus ter desenvolvido uma parceria com as escolas públicas do ensino médio do Espírito Santo em 2019. O projeto ajudou 400 professores e 12 mil alunos do 3º ano do ensino médio na preparação para o Enem (Exame Nacional de Ensino Médio).
A tecnologia foi utilizada para reconhecer padrões de escrita como erros ortográficos e gramaticais dos estudantes, se o texto é formal ou informal, e se as ideias atendem às proposta de redações do Enem realizadas nos anos anteriores.
A partir dos resultados, estudantes conseguiram receber um direcionamento melhor para desenvolver suas habilidades; assim como os professores que utilizaram as informações para aperfeiçoarem o ensino-aprendizagem na sala de aula.
Durante três redações aplicadas do total de cinco, foi observado o crescimento de 7% na pontuação dos estudantes. Isso mostra que a ferramenta ajudou os alunos a ampliarem o seu repertório de palavras e no desenvolvimento de textos do gênero dissertativo.
O tema da premiação da Unesco na edição de 2019 foi “O uso de Inteligência Artificial para inovação da educação, do aprendizado e do ensino”. Foram mais de 113 iniciativas inscritas. São reconhecidas duas por ano que recebem um prêmio no valor de US$ 25 mil cada.
O outro projeto premiado foi o espanhol Deytective, ferramenta criada para diagnosticar casos de dislexia em apenas 15 minutos.