Surgido em Provença, no sul da França, o trovadorismo foi um forte movimento literário da Idade Média, cujos primeiros registros datam do século XI. O movimento ganhou força por toda Europa, principalmente na Espanha e em Portugal. No entanto, entrou em declínio no século XIV.
Nesse período histórico, a Igreja Católica tinha muito poder político e econômico, de modo que prevalecia o teocentrismo, ideia que toma Deus como centro de tudo. Nesse contexto de sociedade religiosa, o homem ficava sempre em segundo plano, já que a igreja ditava o seu pensamento e o colocava à mercê dos valores do cristianismo que prevalecia.
Além disso, a sociedade ainda se organizava por meio do sistema feudal, de modo que a havia a divisão da sociedade em clero, nobreza e povo. A maior parte da população era analfabeta. Desse modo, a escrita e a leitura se restringiam aos membros do clero e a alguns membros da nobreza. É nesse contexto que surge o trovadorismo.
Surgido nesse contexto em que a Igreja Católica tolhia a liberdade criativa e de expressão da sociedade, esse movimento foi marcado pelas cantigas trovadorescas, espécie de “poesia cantada”. Assim, os textos foram classificados em cantigas: de amor, de amigo, de escárnio e de maldizer.
As características das cantigas de amor e de amigo se confundem em certa medida, já que eram lírico-amorosas. Nessas cantigas, prevaleciam temas como o sofrimento amoroso e a saudade da pessoa amada. Já as cantigas de escárnio e de maldizer compartilhavam alguns aspectos porque tinham caráter satírico. Nelas os compositores teciam críticas a alguns valores da sociedade.
Além do formato em poesia, as cantigas eram uma forma de expressão oral, muitas vezes havia até o acompanhamento de instrumentos. Havia a mescla da linguagem poética com a música. Assim, os trovadores que cantavam essas poesias, viajavam transmitindo sua obra de por meio da oralidade. Já na prosa, destacavam-se as novelas de cavalaria.
Não se sabe a identidade da maior parte dos autores do trovadorismo. No entanto, entre os mais conhecidos destacam-se João Soares de Paiva, autor mais antigo dos manuscritos, João Zorro, Paio Soares de Taveirós, Vasco Martins de Resende e os reis D. Dinis I e Afonso X.
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