Dentro de mais alguns dias, o país estará celebrando mais um Dia da Independência. O 7 de setembro este ano vai ter um novo velho conhecido como comandante das forças armadas: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele já confirmou presença no desfile cívico que vai ocorrer em Brasília.
De acordo com as projeções do governo local, o tradicional desfile de 7 de setembro vai contar com a presenta de cerca de 30 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios. Esta previsão foi anunciada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). O evento está sendo organizado também pelo Ministério da Defesa e pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A ideia é que o evento seja iniciado às 9h.
Democracia, Soberania e União. Este foi o slogan escolhido pelo governo federal para o desfile cívico de 7 de setembro de 2023. “Serão resgatados os valores da República, os símbolos oficiais, como a Bandeira do Brasil e o Hino Nacional, que sempre foram de todos nós e que contam nossa história”, disse Paulo Pimenta, o ministro das comunicações.
“Exaltar esses símbolos nacionais é fundamental para reavivar o que está na Constituição brasileira”, completou Pimenta em entrevista concedida nesta semana. Ele também confirmou que o evento vai ser dividido em quatro eixos:
Este ano, a expectativa é de que o tradicional desfile de 7 de setembro seja mais enxuto do que em edições anteriores. A previsão inicial é de que todo o movimento dure algo em torno de duas horas. Veja o roteiro:
Curiosamente, o desfile de 7 de setembro deverá ocorrer justamente no momento de maior tensão entre Lula e os militares. Seja por este motivo ou não, fato é que o presidente já confirmou que não deverá realizar nenhum tipo de discurso no dia da independência, no momento do desfile.
De todo modo, o presidente deverá realizar um pronunciamento em cadeia de rádio e tv no dia 6 de setembro, o dia anterior ao feriado cívico. Na ocasião, há uma expectativa para que ele fale sobre união, democracia e soberania do país, justamente o slogan da campanha do desfile deste ano.
Logo depois do desfile do dia 7, o presidente Lula vai direto para a base aérea, onde deverá viajar mais uma vez para a reunião da cúpula do G20, que acontece em Nova Dhéli, na Índia.
A relação entre Lula e os militares brasileiros está estremecida desde que o presidente assumiu o poder neste seu terceiro mandato. Mas as relações se estremeceram ainda mais nos últimos dias, quando o petista enviou ao Congresso Nacional uma PEC para tentar impedir que os militares entrem na política.
Depois de algumas negociações, o presidente decidiu retirar do documento o trecho que indicava que os militares não poderiam sequer assumir cargos como ministros de estado.
“O diálogo sempre faz isso, faz a gente evoluir em nossa posição. Originalmente, [o texto pensado pelo governo] tinha a inclusão de [veto de militares para serem nomeados] ministros. Na evolução do diálogo, se percebeu que poderia caracterizar tom discriminatório, o que não é o nosso objetivo, e portanto a gente tirou isso”, afirmou o senador Jaques Wagner (PT-BA).
“O que nós desejávamos e que as Forças concordam na sua totalidade é que, quem quiser ser militar, não pode disputar cargo político e depois voltar para o comando. Isso está pacífico na nossa ideia”, completou o ministro da Defesa, José Múcio.