A tecnologia 5G é flexível e se adapta de acordo com a aplicação utilizada, destaca a Anatel. Uma das funcionalidades previstas para a quinta geração é o network slicing ou “fatiamento da rede” – processo em que as características da rede podem ser adaptadas de acordo com a necessidade.
Vídeos de alta resolução (como 4K), por exemplo, podem demandar larguras de banda extremamente altas, enquanto aplicações como carros autônomos ou cirurgias assistidas demandarão latências extremamente baixas, explica a Anatel.
Em uma abordagem tradicional, aplicações, que possuem necessidades intrínsecas distintas, teriam de funcionar com os mesmos parâmetros de rede. Com o uso do slicing o prestador é capaz de isolar virtualmente os segmentos de rede necessários para atender às necessidades de uma aplicação, fazendo com que ela funcione com parâmetros de rede otimizados, resultando em melhor desempenho, explica a Anatel.
A União Internacional de Telecomunicações (UIT), agência das Nações Unidas especializada em Telecomunicações, é responsável por desenvolver e aprovar as especificações e faixas de radiofrequências dos sistemas IMT (International Mobile Telecommunicatios), que inclui três padrões: IMT-2000 (tecnologia 3G), IMT-Advanced (4G) e IMT-2020 (5G).
De acordo com a Anatel, no início de 2012, a UIT iniciou um projeto para desenvolver o “IMT for 2020 and beyond”, delineando o cenário para as redes 5G. Em 2015, publicou a Recomendação ITU-R M.2083 “IMT Vision – Framework and overall objectives of the future development of IMT for 2020 and beyond” que estabelecia objetivos globais para as novas redes IMT-2020, considerando sete indicadores: taxa de dados pico, taxa de dados experimentada pelo usuário, latência, mobilidade, densidade de conexões, eficiência energética, eficiência espectral e capacidade de tráfego por área.
A UIT publicou em fevereiro de 2021 a Recomendação ITU-R M.2150 “Detailed specifications of the radio interfaces of IMT-2020”. Depois de avaliar várias tecnologias candidatas para serem classificadas como IMT-2020, três atenderam os requisitos necessários, sendo duas do 3GPP, associação de organismos de padronização, com membros predominantemente da indústria, que desenvolvem relatórios e especificações.
Segundo a Anatel, os padrões desenvolvidos pelo 3GPP estão estruturados em Releases. Os Releases estabelecem especificações técnicas e reportes técnicos, os quais podem passar por diversas revisões e evoluções.
Apesar de ter sido classificado como IMT-2020 somente em 2021, a primeira versão do Release 15 do 3GPP foi aprovada em 2017. Suas especificações incluem sistemas de rádio NR 5G Non-Stand-Alone (NSA), que funcionam integradas ao núcleo de rede das gerações anteriores do LTE-4G.
No final de 2018, o Release 15 evoluiu para incluir também sistemas NR 5G Stand-Alone (SA), com um sistema de rádio NR 5G complementado por um núcleo de rede de nova geração, o 5GC (5G Core).
Sistema de rádio NR 5G integrado ao núcleo de rede das gerações anteriores 4G-LTE. Como utiliza o núcleo das redes 4G-LTE já em operação, a implementação da rede 5G NSA pode ser mais rápida, embora não possibilite a oferta plena das potencialidades das redes 5G. Especificado na primeira versão do Release 15 do 3GPP.
Rede em que tanto o sistema de rádio NR 5G quanto o núcleo da rede 5GC são 5G. Como utiliza o núcleo de rede de nova geração 5G, possibilita a oferta plena das potencialidades. Como, no entanto, é necessária a implantação de núcleo (core) de rede 5G novo, sua implementação pode ser mais demorada. Especificado em nova versão do Release 15 do 3GPP, informa a Anatel.