No momento em que uma pessoa percebe um pequeno nódulo suspeito em sua tireóide, é necessário buscar uma ajuda médica, para coletar uma amostra das células. A princípio, é preciso utilizar um microscópio, de modo a analisá-la. Três resultados são possíveis, sendo que a pior possibilidade é a de um câncer.
Todavia, em uma primeira análise das células, o patologista pode confirmar que o problema na tireóide de seu paciente, se trata de um nódulo benigno. Neste caso, não é necessário fazer muita coisa, apenas acompanhar periodicamente a sua evolução. De fato, mais de 60% dos casos se encontram nesta situação.
Desse modo, o problema acontece com 5% dos casos, onde é constatado que o nódulo se trata de um câncer. Portanto, neste cenário, o paciente deve observar que existe a necessidade de retirar toda a glândula tireóide. Felizmente, na grande maioria dos casos, a doença já está curada, sem maiores problemas no futuro.
Ademais, o paciente, por ter retirado sua glândula tireóide, terá que tomar certos medicamentos que repõe os hormônios outrora produzidos, durante toda a sua vida. Existe também a possibilidade de a pessoa possuir um nódulo indeterminado. Esta é a situação de 25% dos casos. Ele não aparece no laudo devido a uma falha do patologista.
É preciso dizer que a técnica utilizada pelo patologista, no exame do nódulo encontrado na tireóide do seu paciente, possui algumas limitações. Em suma, é uma análise de uma amostra de células, que pode não trazer todas as informações necessárias para que se saiba se o nódulo apresentado é ou não maligno.
Dessa maneira há uma dúvida relacionada ao nódulo. O paciente, por sua vez, quer saber todas as informações possíveis, ele não deseja sair por aí com um câncer na garganta. Sendo assim, há um protocolo a ser seguido em todo o mundo, no qual o patologista deve mandar para a cirurgia a pessoa que estiver nesta situação.
Após passar pela cirurgia, o patologista então terá em suas mãos a glândula tireóide de seu paciente. Ele poderá fazer uma análise minuciosa para saber se era um nódulo maligno. Felizmente, oito em cada dez casos, isso não acontece. Entretanto, é conveniente dizer que ela foi arrancada sem haver uma real necessidade para isso.
Analogamente, são inúmeras pessoas que passam por essa situação não só no Brasil, mas em todo o mundo. Em nosso país, são cerca de 40 mil pessoas, todos os anos, que realizam um procedimento cirúrgico sem ter a devida necessidade. Se a análise do nódulo na tireóide fosse efetiva, evitariam-se maiores complicações.
De acordo com especialistas, essas pessoas que fizeram uma cirurgia de tireóide desnecessária, se transformam em pacientes crônicos, visto que deverão fazer uma reposição hormonal por toda a sua vida. Em síntese, os custos são bastante altos, além de atrapalhar enormemente, sua qualidade de vida de forma substancial.
Dessa forma, é preciso observar que há uma luz no fim do túnel para esses pacientes. A empresa brasileira Onkos realizou uma pesquisa recentemente e desenvolveu uma tecnologia chamada TMT-microRNA que apresenta testes moleculares para que se possa diagnosticar cânceres de maneira efetiva.
Neste caso, não é mais preciso realizar uma punção da tireóide do paciente. Segundo o pesquisador Marcos Santos, da Onkos, “Basta o paciente enviar a lâmina com as células aspiradas pela agulha no primeiro exame para, na maioria dos casos, essa tecnologia dar uma resposta assertiva, se é ou não um nódulo benigno”.
O teste utilizando a tecnologia desenvolvida no Brasil está disponível nos maiores laboratórios de análises clínicas nacionais, que encaminham-no para a Onkos. Em suma, ele é o terceiro, em todo o mundo, que revela efetivamente o que está presente dentro do nódulo encontrado na tireóide dos pacientes tidos como indeterminados.
Convém mencionar que as outras duas tecnologias também são novas, inovadoras, mas esse teste é produzido no Brasil, enquanto que as outras duas são americanas. Marcos Santos, que participou do desenvolvimento do teste, pensava em como fazer para que o diagnóstico indeterminado apresentasse resultados efetivos.
m conclusão, o pesquisador então teve a ideia de estudar as moléculas chamadas de microRNAs, visto que elas apresentam uma maior estabilidade. Ele supunha que o nódulo benigno da tireóide teria moléculas diferentes do maligno. Isso se deve ao fato de que as células no câncer ficam desreguladas, e criou o novo teste.