Após cair por seis trimestres consecutivos, a taxa de desocupação no país voltou a subir, para 8,6% no final do trimestre de fevereiro. Em comparação com o trimestre encerrado em novembro de 2022, o número de desempregados aumentou em um total de 483 mil.
Como resultado, o número de desocupados cresceu 5,5% e chegou a 9,2 milhões de pessoas, representando um acréscimo de brasileiros na procura por trabalho, com impactos significativos na vida das pessoas, tanto em termos financeiros quanto psicológicos.
A taxa de desocupação no Brasil é uma medida da proporção da população economicamente ativa que está desempregada, ou seja, pessoas que não estão trabalhando, mas procuram trabalho remunerado.
Vale destacar que o desemprego possui um impacto negativo na economia do país, pois reduz o poder de compra da população e pode levar à queda do consumo e mais amplamente, no crescimento econômico.
No entanto, para haver uma superação efetiva desse desafio exigirá esforços conjuntos de todos os setores da sociedade, incluindo governo, empresas e sociedade civil.
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira, 31, encontram-se em linha com as expectativas do mercado, com o mesmo esperando uma alta de 8,7% da taxa de desocupação.
Entre as categorias que mais perderam postos de trabalho, estão o empregado sem carteira no setor público (-14,6%), o empregado sem carteira assinada no setor privado (-2,6%) e o trabalhador por conta própria com CNPJ (-4,8%).
No entanto, embora tenha subido em relação ao trimestre anterior, a taxa de desemprego em fevereiro foi a mais baixa desde 2015. Com isso, em comparação com 11,2% no mesmo período de 2022, o número de desempregados diminuiu 2,8 milhões.
Segundo o IBGE, os trabalhadores ganharam em média R$ 2.853 reais no trimestre encerrado em fevereiro. O resultado é um aumento de 7,5% em relação ao mesmo período de 2022.
A renda real paga aos empregados totalizou R$ 275,457 bilhões no trimestre encerrado em fevereiro, alta de 11,4% em relação ao ano anterior. Por fim, segundo os dados divulgados pelo IBGE, houve aumento nos setores de alojamento e alimentação (6%, ou mais R$ 107) e serviços domésticos (2,6%, ou mais R$ 28), enquanto os outros estabilizaram no período de comparação.
De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Renda do IBGE, é normal que o desemprego aumente no início do ano e que os contratos temporários encerrem no final do ano.
“Todos os trimestres móveis encerrados em fevereiro são marcados pela expansão da desocupação, com exceção de 2022”, diz Beringuy. “Voltar a ter crescimento da desocupação nesse período pode sinalizar o retorno à sazonalidade característica do mercado de trabalho.”, concluiu.
Em suma, na opinião de Adriana Beringuy, voltar a ter crescimento da taxa de desocupação nesse período do ano pode sinalizar o retorno à sazonalidade, fator característico do mercado de trabalho.