Defesa diz que não descarta fraude, mas não aponta erros na eleição

Depois de divulgar um relatório sobre as eleições na noite da quarta (9), Defesa volta a falar sobre as eleições

Menos de 24 horas depois de divulgar um relatório em que atesta que não encontrou fraudes nas eleições, o Ministério da Defesa divulgou uma nova nota nesta quinta-feira (10). No novo documento, a pasta afirma que “não descarta a possibilidade fraudes no pleito”, embora siga afirmando que não tem como prová-las.

Logo depois do envio do relatório na quarta-feira (9), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou uma nota agradecendo pelo trabalho da Defesa e afirmando que ela teria sido mais uma instituição a investigar o processo de lisura das eleições e não conseguir encontrar nenhuma espécie de fraude ou inconsistência na apuração dos votos.

Na nota desta quinta-feira (10), a Defesa disse que o relatório enviado ao TSE na verdade estava sugerindo uma investigação sobre os códigos que são usados nas urnas eletrônicas para identificar possíveis alterações em sua geração.

Assim como no documento enviado na quarta-feira (9), a nova nota do Ministério da Defesa não aponta para nenhuma informação nova. Na prática, a pasta segue afirmando que não encontrou nenhum tipo de fraude ou inconsistência dos votos, e que mesmo depois da auditoria, toda a apuração bateu com os números oficiais.

Depois do envio desta nova nota, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, foi questionado sobre a posição do tribunal acerca deste tema. Ele se limitou a dizer que esta questão já estaria resolvida. “Este assunto já acabou faz tempo”, disse Moraes.

A nota da Defesa

Na nota, o Ministério da Defesa afirma que não teria como garantir que não houve fraude nas eleições.

“O Ministério da Defesa esclarece que o acurado trabalho da equipe de técnicos militares na fiscalização do sistema eletrônico de votação, embora não tenha apontado, também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”, diz o novo posicionamento.

“Em consequência dessas constatações e de outros óbices elencados no relatório, não é possível assegurar que os programas que foram executados nas urnas eletrônicas estão livres de inserções maliciosas que alterem o seu funcionamento”, completou.

Lula

Em declaração na manhã desta quinta-feira (10), o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez pela primeira vez críticas mais duras sobre este assunto.

“Ontem, aconteceu uma coisa humilhante e deplorável para as nossas Forças Armadas. Um presidente da República, chefe supremo das Forças Armadas, não tinha direito de envolver as Forças Armadas em comissão para investigar urna”, disse ele.

“Não sei se o presidente está doente, mas tem obrigação de vir à televisão e pedir desculpas à sociedade brasileira e às Forças Armadas, por ter usado as Forças Armadas, uma instituição séria, garantia para o povo brasileiro, humilhada a entregar um relatório que não diz nada daquilo que ele, por tanto tempo, acusou”, completou Lula.

Eleição

Em eleição realizada no último dia 30 de outubro, o ex-presidente Lula foi eleito para o seu terceiro mandato. O petista venceu Bolsonaro por uma margem de pouco mais de 2 milhões de votos, a menor diferença para uma eleição presidencial desde o retorno da redemocratização.

O atual presidente conseguiu eleger boa parte dos seus aliados para cargos no Senado e na Câmara dos Deputados e para governos estaduais, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste.

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