Ibovespa CAI nesta quarta-feira (29), enfraquecido por dados vindos dos EUA

Após iniciar a semana em alta, o Ibovespa caiu na sessão desta quarta-feira (29). Dados vindos do exterior eliminaram os ganhos registrados em parte do pregão e puxaram o indicador para o campo negativo.

Em resumo, o Ibovespa caiu 0,29%, a 126.166 pontos. O indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira, subiu nas últimas quatro semanas e, apesar da queda nesta quarta-feira, segue acumulando alta de 0,52% na semana.

Em novembro, o Ibovespa acumula ganhos impressionantes de 11,51% graças aos avanços expressivos registrados em boa parte dos pregões. Neste mês, houve apenas seis sessões no vermelho, mas as quedas foram tão leves que não afetaram os ganhos acumulados.

Por outro lado, o índice avançou em 13 pregões, com altas bastante expressivas, que estão mantendo os ganhos superiores a 11%, algo que não foi visto em nenhum mês deste ano. Em 2023, o indicador reserva ganhos de 14,97%.

Ibovespa recua na sessão, mas acumula alta de quase 15% no ano
Ibovespa recua na sessão, mas acumula alta de quase 15% no ano. Imagem: Pixabay.

PIB dos EUA sobe mais que o esperado

Em resumo, os dados prévios do PIB dos EUA surpreenderam o mercado ao indicarem uma alta de 5,2% no terceiro trimestre deste ano. O resultado superou as projeções do mercado, que esperava uma alta de 4,9% entre julho e setembro.

Esse crescimento significativo da economia norte-americana reflete a recuperação da atividade do país. Isso é um sinal positivo, pois mostra que a maior economia do mundo está crescendo fortemente. No entanto, esse avanço não foi apenas comemorado pelo mercado.

Na verdade, a alta expressiva também causou certa apreensão nos investidores, que temem o avanço dos juros no país. A saber, o principal objetivo dos juros elevados é reduzir o poder de compra do consumidor para desaquecer a demanda e, assim, esfriar a economia. Dessa forma, a inflação perde força, já que a demanda se retrai.

Em outras palavras, quanto mais forte estiver a economia norte-americana, mais alta tende a ficar a inflação, pois indica maior poder de compra dos consumidores. Entretanto, como o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, tem a missão de controlar a inflação no país, a entidade pode manter os juros elevados para que a taxa inflacionária não suba mais do que deveria.

Juros nos EUA estão no maior nível das últimas décadas

No início de novembro, o Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, decidiu manter a taxa de referência dos juros inalterada no país, no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano. A decisão veio em linha com as estimativas do mercado, e os analistas acreditam que o Fed manterá os juros estáveis até meados de 2024, quando começará a reduzir a taxa no país.

A saber, a taxa de juros nos EUA está no nível mais elevado em mais de duas décadas. Mesmo que o Fed venha mantendo a taxa estável nos últimos encontros, isso não é totalmente positivo para a população, já que o patamar continua muito elevado nos EUA, afetando a atividade econômica do país.

Os especialistas entendem que o Fed está bastante dependente dos dados para tomar qualquer decisão. Por isso, os dados do PIB dos  EUA, mais fortes que o esperado, derrubaram o Ibovespa na sessão de hoje, pois os investidores acreditam que o Fed poderá manter os juros elevados por mais tempo por causa do fortalecimento da economia do país.

51 das 86 ações do Ibovespa caem na sessão

Na sessão de hoje (29), 51 das 86 ações listadas no Ibovespa fecharam o dia em queda, puxando o indicador para baixo e refletindo o pessimismo dos investidores. Em contrapartida, 32 papeis subiram no dia, enquanto três se mantiveram estáveis.

A saber, as duas principais empresas listadas no Ibovespa são a mineradora Vale e a Petrobras, que respondem por cerca de 15% e 12% da carteira, respectivamente. As variações registradas por estas empresas exercem bem mais impacto no indicador do que as demais. Por isso que elas têm uma importância tão elevada assim.

No caso da Vale, os papeis tiveram uma leve queda no dia (-0,03%), exercendo pouca influência no Ibovespa. Contudo, foram os papeis da Petrobras que puxaram o indicador para baixo, uma vez que suas variações foram bem mais expressivas. Em suma, os preferenciais (PN) caíram 1,04% e os ordinários (ON) recuaram 1,32%.

A carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 17 bilhões na sessão, 7% abaixo da média dos últimos 12 meses (R$ 18,3 bilhões). Em novembro, o indicador está com uma média diária de R$ 18,8 bilhões, terceiro maior montante de 2023, atrás apenas das médias diárias de junho (21,1 bilhões) e maio (R$ 19,3 bilhões).

Veja as maiores altas e quedas desta quarta-feira (29)

Na sessão de hoje (29), as ações que tiveram os maiores avanços percentuais foram:

  1. Marfrig ON: 4,73%;
  2. Lojas Renner ON: 4,14%;
  3. Vibra ON: 3,48%;
  4. Iguatemi S/A Unit: 2,54%;
  5. Vamos ON: 2,41%;
  6. PetroRecsa ON: 2,40%.

Em contrapartida, os papeis que registraram as quedas mais intensas no dia foram:

  1. Gol PN: -5,16%;
  2. Hapvida ON: -5,12%;
  3. MRV ON: -4,64%;
  4. Grupo Soma ON: -4,37%;
  5. Raia Drogasil ON: -4,19%.

Por fim, os papeis ordinários (ON) dão direito a votos em assembleias, algo que não acontece com os preferenciais (PN). Estes têm preferência por dividendos.

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