Consumo das famílias em supermercados CRESCE 3,1% em 2023

As famílias do país consumiram mais produtos de supermercados em 2023. De acordo com o Índice Nacional de Consumo dos Lares Brasileiros da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o consumo nos lares brasileiros cresceu 3,09% entre janeiro e dezembro do ano passado, em comparação a 2022.

Em resumo, as famílias mostraram ter mais condições financeiras para aumentar o volume de compras em supermercados. Isso aconteceu graças à desaceleração da inflação no Brasil, que corresponde à queda nos preços dos alimentos e serviços, e à redução dos juros, que diminuíram o endividamento no país.

A propósito, o levantamento da Abras contempla os seguintes formatos de loja:

  • Atacarejo;
  • Supermercado convencional;
  • Loja de vizinhança;
  • Hipermercado;
  • Minimercado;
  • E-commerce.

Cabe salientar que os indicadores da Abras descontam a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Aliás, o IPCA é a inflação oficial do Brasil.

Famílias do país aumentam consumo em supermercados em 2023
Famílias do país aumentam consumo em supermercados em 2023. Imagem: Shutterstock.

Inflação desacelera em 2023

Em dezembro de 2023, o IPCA subiu 0,56%, variação duas vezes maior que a registrada no mês anterior (0,28%). Esse resultado mostra que os consumidores do país tiveram que pagar mais caro em dezembro, uma vez que o termo inflação se refere ao aumento dos preços de produtos e serviços.

Contudo, vale ressaltar que, mesmo com o resultado de dezembro, a inflação no país desacelerou em 2023, ou seja, os preços subiram um pouco menos do que em 2022. Na verdade, a taxa inflacionária seguiu com pouca força, assim como aconteceu em boa parte dos meses de 2023, para alívio dos consumidores.

Segundo o IBGE, o que mais impulsionou a inflação em dezembro foi o grupo de alimentação e bebidas, cujos preços subiram 1,11%, impactando o IPCA em 0,23 ponto percentual (p.p.), cerca de 41% da inflação mensal.

O aumento da temperatura e o maior volume de chuvas em diversas regiões do país influenciaram a produção dos alimentos, principalmente dos in natura, como os tubérculos, hortaliças e frutas, que são mais sensíveis a essas variações climáticas“, explicou o gerente do IPCA/INPC, André Almeida.

Queda no preço da gasolina limita avanço da inflação

Cabe salientar que o avanço da inflação em dezembro só não foi maior graças à gasolina. Na verdade, a segunda maior influência veio do grupo transportes (0,10 p.p.), pressionado pelo item passagens aéreas, cujos preços subiram 8,87%, quarto avanço consecutivo.

Por outro lado, todos os combustíveis pesquisados (-0,50%) tiveram queda nos preços em dezembro: óleo diesel (-1,96%), etanol (-1,24%), gasolina (-0,34%) e gás veicular (-0,21%). Embora a gasolina tenha apresentado um recuo bem leve, o resultado já foi suficiente para desacelerar a inflação no período.

Pelo fato de a gasolina ser o subitem de maior peso entre os 377 pesquisados pelo IPCA, com essa queda, ela segurou o resultado no índice do mês”, explicou André Almeida.

Consumo deve se manter elevado em 2024

Em 2023, o pagamento do Bolsa Família ajudou a elevar o consumo nos supermercados do país. Em síntese, o benefício turbinado funcionou como um dos principais fatores para o aumento da renda de milhões de famílias, que se veem possibilitadas de elevarem o consumo de produtos e serviços.

O governo Lula iniciou em março do ano passado o pagamento adicional de R$ 150 para cada criança com até seis anos de idade, fato que contribuiu com o aumento do consumo no país nos últimos meses, e que deverá manter os números elevados em 2024.

Além disso, o governo passou a pagar R$ 50 a crianças e jovens com idade entre sete e 18 anos incompletos, gestantes, lactantes e nutrizes. A saber, todos estes benefícios extras estão sendo pagos às famílias seguradas do Bolsa Família em 2024.

O cenário macroeconômico sinaliza para um crescimento gradual do consumo ao longo do ano acompanhando as sazonalidades, o comportamento das principais safras, os fatores climáticos como excesso de chuva, secas e ondas de calor e a demanda internacional de alimentos“, afirmou o vice-presidente da ABRAS, Marcio Milan.

Por fim, a Abras projeta que o consumo nos lares brasileiros deverá crescer 2,5% em 2024, na comparação com o ano passado.

Em suma, o controle da inflação e o reajuste do salário mínimo estão aumentando o poder de compra da população em 2024. E ainda vale citar o pagamento do abono salarial do PIS/Pasep, que deve destinar R$ 28 bilhões a 25 milhões de trabalhadores, segundo a Abras.

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