Economia

SVR: maior valor sacado ultrapassou os R$ 2 milhões; veja como sacar o seu

Você esqueceria R$ 2,8 milhões em uma conta de um banco? Acredite, algum brasileiro esqueceu. A boa notícia é que esse cidadão já recuperou a quantia depois do esquecimento, e sacou o montante no Sistema de Valores a Receber (SVR) capitaneado pelo Banco Central (BC).

O Sistema de Valores a Receber não é novo, e está disponível há mais de dois anos. Contudo, o tema voltou à tona nessa semana, depois que o Congresso Nacional aprovou um projeto de lei que prevê que o dinheiro esquecido em instituições financeiras poderá ser resgatado pelo governo federal em breve.

Diante disso, o BC decidiu lançar novos números sobre o processo de retirada dessa quantia esquecida. De acordo com a instituição, o maior valor sacado até aqui foi de R$ 2,8 milhões por uma única pessoa física. 

Histórico de saques no SVR

Segundo o BC, esse é o ranking de saques realizados por pessoas físicas desde que o Sistema de Valores a Receber começou a funcionar no Brasil:

  • O primeiro lugar sacou R$ 2,8 milhões, em julho de 2023;
  • O segundo valor mais alto sacado foi de R$ 1,6 milhão, em março de 2022;
  • Já a terceira maior cifra foi de R$ 791 mil, em março de 2023.

Agora, você pode conferir o ranking de saques realizados por pessoas jurídicas desde que o Sistema de Valores a Receber começou a funcionar no país: 

  • O maior valor foi de R$ 3,3 milhões, resgatado em março de 2023;
  • O segundo maior, de R$ 1,9 milhão, em junho de 2023;
  • O terceiro, de R$ 610 mil, em setembro de 2024.

Ao prestar atenção a esses valores, você pode até se animar e imaginar que existe alguma quantia parecida em seu nome. Contudo, o fato é que as informações do Banco Central dão conta de que a grande maioria dos brasileiros tem valores muito menores disponíveis neste momento.

Veja abaixo:

  • Acima de R$ 1.000,01: 931.874 contas | 1,78% do total;
  • Entre R$ 100,01 e R$ 1.000,00: 5.163.716 contas | 9,88% do total;
  • Entre R$ 10,01 e R$ 100,00: 13.226.589 contas | 25,32% do total;
  • Entre R$ 0,00 e R$ 10,00: 32.919.730 contas | 63,01% do total.

Ao todo, o Banco Central estima que algo em torno de R$ 8 bilhões estejam disponíveis para saque no SVR atualmente. A boa notícia é que qualquer cidadão pode realizar a consulta para saber se tem algum dinheiro disponível em seu nome. 

Como consultar e solicitar valores no SVR

Mas afinal, como é possível saber se há alguma parcela deste dinheiro disponível em seu nome, e como solicitar o saldo?

Passo 1:

Em primeiro lugar, é importante abrir o site oficial da consulta. Ele é o único canal que realiza este tipo de procedimento.

Passo 2:

Para as pessoas físicas, o sistema pede o número do CPF e a data de nascimento. Já para as pessoas jurídicas, é preciso apresentar o CNPJ e a data de abertura da empresa.

Passo 3:

Caso exista algum valor, basta clicar no botão ‘Acessar o SVR’, e seguir o passo a passo da solicitação. O cidadão vai precisar indicar uma chave Pix e informar os seus dados pessoais. É importante guardar o número do protocolo para entrar em contato com a instituição, se houver necessidade.

Normalmente, o dinheiro é depositado em um intervalo de até 12 dias.

Consulta pode ser feita através do CPF. Imagem: Divulgação/ BC

Explicando a polêmica

Ainda no primeiro semestre, o governo federal tentou acabar com a desoneração da folha de pagamentos. Estamos falando de benefícios fiscais para alguns setores da economia, que não precisam pagar uma boa parcela dos impostos.

A ideia do governo era retomar o pagamento desses impostos para esses setores. Contudo, o Congresso Nacional derrubou esta ideia, e a desoneração continuou.

Logo depois, o governo federal passou a exigir uma contrapartida. Se o Congresso Nacional quer continuar perdoando os impostos desse 17 setores da economia, precisava entregar algo em troca para manter o equilíbrio das contas públicas.

Confiscar o dinheiro esquecido dos brasileiros foi a medida encontrada para fazer essa realocação. Assim, os 17 setores da economia vão seguir sendo desonerados de maneira gradual, e nesse meio tempo o governo federal poderia usar os R$ 8,5 bilhões que pertencem ao povo brasileiro mas que não foram resgatados.