O preço da gasolina deve seguir caindo no Brasil pelas próximas semanas. Ao menos é o que aponta um novo estudo da consultoria MacroSetor. De acordo com as análises, o preço médio do litro deste combustível poderá ser reduzido em até 7,1% a partir de junho. A expectativa é que o valor médio nacional alcance a marca de R$ 4,80.
A queda deve atingir não apenas o litro da gasolina. No caso do diesel, por exemplo, há uma expectativa de queda de 6,5% nos preços do litro. De acordo com esta projeção, o valor poderá chegar a R$ 4,86. Os estudos foram comandados pelos economistas Fábio Silveira, Bruno Guidotte e André Casalta
A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) realizou uma outra projeção, mas também chegou na conclusão de que novas quedas estão à caminho. Por este estudo, o preço médio da gasolina ao consumidor deverá cair R$ 0,29 por litro. Já o diesel deve ser reduzido em R$ 0,30 também por litro a partir das próximas semanas.
A redução nos preços dos combustíveis também deve impactar a situação da inflação no Brasil. É o que apontam novos estudos da coordenação dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Por este levantamento, haverá um recuo de 0,6 ponto percentual na inflação oficial do país nos meses de maio e junho.
Na última terça-feira (16), a Petrobras anunciou oficialmente o fim da chamada Política de Paridade Internacional (PPI). Segundo a estatal, haverá um novo formato de definição dos preços dos combustíveis no Brasil, que passariam a ser menos suscetíveis ao processo de variação do barril de petróleo.
Além do fim do PPI, a Petrobras também anunciou na última terça-feira (16) uma redução imediata nos valores de itens como gasolina, diesel e também o botijão de gás de 13kg. As quedas já estão valendo a partir desta semana. Veja na tabela abaixo:
“As reduções têm como objetivos principais a manutenção da competitividade dos preços da companhia frente às principais alternativas de suprimento dos seus clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos de refino em equilíbrio com os mercados nacional e internacional”.
Embora as mudanças aplicadas pela Petrobras já estejam surtindo um claro efeito para milhões de trabalhadores nas ruas, o fato é que vários setores da sociedade seguem criticando as decisões da estatal. Críticos avaliam que as alterações teriam apenas um caráter eleitoral, e poderiam comprometer as contas públicas.
O ex-presidente da Petrobras, Joaquim Silva Luna, por exemplo, é um dos mais críticos da medida. Em entrevista nesta semana, ele avaliou que o fim do PPI não deve alterar nada a situação dos preços dos combustíveis, e acusou o Governo de apenas vender um discurso eleitoral.
“O fim do PPI é uma grande mentira e não muda nada. Ele (o PPI) era apenas uma das referências”, disse o ex-presidente da Petrobras. “Há uma conjuntura de preços conspirando a favor do governo, mas a redução anunciada ontem (terça, 16) pela Petrobras já era aguardada havia pelo menos uma semana”, disse ele.
“É puro discurso do governo. Há diversas variáveis na composição do preço e a PPI era uma dessas referências. Petróleo é uma commodity e, é bom lembrar, o Brasil não é autossuficiente”, disse o ex-presidente da estatal em entrevista ao portal Uol. O Governo Federal não respondeu as críticas de que estaria apenas se aproveitando de uma retórica.
Nas redes sociais, vários vídeos de apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorando a redução dos preços dos combustíveis estão sendo compartilhados.