Na última terça-feira (16), o Índice FipeZAP divulgou um levantamento que revela as cidades brasileiras com o aluguel mais caro por metro quadrado. Os dados indicam um aumento significativo de 16,16% no preço da locação de imóveis em 2023, superando mais que o triplo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do Brasil, que registrou um avanço de 4,62% no mesmo período.
Dessa forma, é possível identificar as 15 cidades com os aluguéis mais elevados do Brasil por metro quadrado em dezembro, conforme a pesquisa do Índice FipeZAP.
1. Barueri (SP): R$ 59,06;
2. São Paulo (SP): R$ 51,62;
3. Florianópolis (SC): R$ 49,81;
4. Recife (PE): R$ 47,78;
5. Santos (SP): R$ 45,50;
6. Rio de Janeiro (RJ): R$ 45,10;
7. Brasília (DF): R$ 40,57;
8. São José (SC): R$ 37,88;
9. São José dos Campos (SP): R$ 37,85;
10. Belo Horizonte (MG): R$ 36,76;
11. Curitiba (PR): R$ 36,17;
12. Goiânia (GO): R$ 36,07;
13. Campinas (SP): R$ 34,87;
14. Praia Grande (SP): R$ 34,82;
15. Santo André (SP): R$ 34,05.
Barueri (SP) lidera a lista com um preço médio de aluguel de R$ 59,06 por metro quadrado, o que implica em aproximadamente R$ 2.953 mensais para uma residência de 50 metros quadrados.
As gigantes do país, São Paulo e Rio de Janeiro, experimentaram aumentos do aluguel de 13,28% e 19,79%, respectivamente. Entretanto, a grande surpresa surgiu em Goiânia, que testemunhou um notável aumento de 37,28% em seus aluguéis, o maior entre as capitais brasileiras. Florianópolis e Fortaleza também apresentaram acréscimos consideráveis, registrando 27,68% e 21,95%, respectivamente.
Embora o aumento em São Paulo tenha sido menor, a cidade mantém o metro quadrado mais caro para aluguel, seguida por Florianópolis, Recife e Rio de Janeiro. Barueri e Santos também figuram entre as cidades com preços elevados por metro quadrado.
No Rio de Janeiro, Del Castilho liderou em termos de valorização, seguido por Ipanema e Leblon. Em São Paulo, o bairro com a maior valorização foi Vila Pompeia.
Curiosamente, apesar do aumento no aluguel, o IGP-M, índice utilizado para reajustes de locação, registrou uma queda de 3,18% no mesmo período. Esses dados do FipeZap refletem principalmente o aumento nos novos contratos de aluguel firmados em 2023.
Contudo, o aumento expressivo nos aluguéis é atribuído pela economista Larissa Gonçalves, do DataZAP, à retomada do mercado de trabalho pós-pandemia, resultando em uma melhora na renda da população. Além disso, ela menciona o repasse da inflação acumulada entre 2020 e 2021, gerando um movimento de reajuste de preços que deve começar a ceder em 2024.
Em suma, na primeira fase da pandemia, muitos proprietários permitiram a manutenção ou ajustes com desconto nos contratos de aluguel. Outro fator seria a variação de alguns índices de preços, com contratos migrando para o IPCA durante a pandemia e, com a recuperação do IPCA e queda do IGP-M, os preços subiram.
Aumento na demanda por imóveis bem localizados para locação, especialmente próximos a grandes centros comerciais, também contribui para a alta no aluguel.
Tanto quanto, a política monetária exerce influência no mercado de locação. Sobretudo com a taxa Selic mantida em 11,75% ao ano, os custos de financiamento permanecem elevados, levando muitos a adiarem a aquisição de imóveis e preferirem o aluguel.
Contudo, adicionalmente, com o retorno ao trabalho presencial pós-Covid-19, a demanda por aluguel de imóveis menores aumentou, resultando em uma valorização mais expressiva dessas propriedades. Portanto, o fenômeno é atribuído à redução do número de membros por família.
No que diz respeito às projeções futuras, especialistas antecipam que a tendência de aumento no aluguel persistirá em 2024, embora esperem um impacto das reduções na taxa de juros no mercado imobiliário a partir de 2025 ou 2026.