A Starbucks, uma das marcas de cafeterias mais conhecidas e amadas do mundo, tem enfrentado uma crise no Brasil. Com dívidas altas, fechamentos de lojas e incertezas sobre o futuro, a operadora da Starbucks no país, a SouthRock Capital, entrou com um pedido de recuperação judicial.
Neste artigo, vamos explorar os principais aspectos dessa crise e tentar entender o que pode acontecer com a marca no Brasil.
A SouthRock Capital, operadora da Starbucks no Brasil, alegou que está enfrentando uma crise econômico-financeira, o que levou ao pedido de recuperação judicial. Conforme a empresa, diversos fatores contribuíram para a situação atual, incluindo a economia brasileira, a pandemia de Covid-19 e a queda significativa nas vendas nos últimos anos.
Além disso, a SouthRock mencionou dificuldades para obter capital de giro junto às instituições financeiras, o que comprometeu sua capacidade de honrar seus compromissos financeiros.
Segundo o pedido de recuperação judicial protocolado pela SouthRock Capital, a empresa possui uma dívida total de R$ 1,8 bilhão. A maioria dessa dívida está relacionada a operações garantidas por cessões fiduciárias de recebíveis das receitas dos restaurantes da Starbucks.
Em outras palavras, a empresa comprometeu o dinheiro que receberia como garantia futura de pagamento para seus credores e fornecedores.
A recuperação judicial é um processo pelo qual uma empresa endividada obtém um prazo para continuar operando enquanto negocia com seus credores. Durante esse período, as dívidas ficam congeladas por 180 dias, e a operação da empresa é mantida.
Isso significa que a empresa deixa de pagar os valores devidos a credores e fornecedores por pelo menos seis meses. No caso da SouthRock Capital, o pedido de recuperação judicial resultou no fechamento de várias lojas da Starbucks no Brasil.
Desde o pedido de recuperação judicial, pelo menos 43 lojas da Starbucks fecharam no Brasil. Dados do site da marca e do processo de recuperação judicial indicam que a SouthRock possuía 187 lojas próprias da Starbucks em funcionamento no país. No entanto, atualmente, apenas 144 estabelecimentos estão ativos.
O fechamento das lojas ocorreu em diversas cidades, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte.
A SouthRock Capital não se manifestou sobre o fechamento das lojas da Starbucks no Brasil. Em resposta a questionamentos, a empresa apenas informou que as unidades em operação podem ser consultadas no site oficial da Starbucks.
No pedido de recuperação judicial, a SouthRock informou que recebeu uma notificação de rescisão dos acordos de licença da Starbucks por parte da sede da marca nos Estados Unidos. No entanto, a empresa contestou a validade dessa notificação, alegando que não foi realizada conforme a legislação vigente.
A SouthRock afirmou que adotará todas as medidas judiciais necessárias para garantir seus direitos. A perda da licença da Starbucks é um fator importante nessa crise, pois afeta diretamente a operação das lojas no Brasil.
Conforme a SouthRock Capital, as lojas da Starbucks no Brasil geram um faturamento bruto mensal de aproximadamente R$ 50 milhões. Esse valor representa uma parcela significativa do fluxo de caixa consolidado da empresa. A operação das unidades da Starbucks é considerada um dos principais ativos da SouthRock.
A SouthRock Capital afirmou que o fim do licenciamento por parte da Starbucks foi determinante para o pedido de recuperação judicial. Sem a proteção desse processo, a empresa enfrenta um verdadeiro estrangulamento de seu fluxo de caixa.
A SouthRock ressaltou o perigo de danos caso seja impedida de operar as lojas da Starbucks, prejudicando suas negociações com outros credores. O pedido de recuperação judicial visa garantir a continuidade das operações da empresa.
Embora a Starbucks não tenha se pronunciado abertamente sobre o futuro da marca no Brasil, acredita-se que seja improvável que a empresa feche as portas no país. Especialistas apontam três possíveis caminhos para a continuidade das operações: a renegociação do contrato com a SouthRock, a busca por uma nova operadora no Brasil ou a entrada direta da Starbucks norte-americana no mercado brasileiro.
A última opção é considerada a mais provável, dada a popularidade da marca no país. O resultado do processo de rompimento de contrato dependerá dos detalhes contratuais e das leis envolvidas.
Ademais, a crise enfrentada pela Starbucks no Brasil é um reflexo das dificuldades econômicas e financeiras da operadora da marca, a SouthRock Capital. Com uma dívida significativa, fechamentos de lojas e a incerteza sobre a continuidade da licença da Starbucks, a empresa busca a proteção da recuperação judicial.
O futuro da marca no Brasil ainda é incerto, mas acredita-se que a Starbucks encontre uma solução para manter suas operações no país, seja via uma nova operadora ou pela entrada direta da matriz norte-americana.
O amor dos brasileiros pelo café e pela experiência Starbucks pode ser um fator determinante nessa busca por soluções.