O secretário da Educação da cidade de São Paulo, Bruno Caetano, teria ofendido uma professora em uma live com professores da rede municipal de ensino nesta quarta-feira, 22.
Em resposta a uma crítica sobre a merenda escolar de uma das instituições de ensino do município, ele disse que a educadora tinha “déficit de compreensão” e fazia um discurso “político-partidário”.
Ele se dirigia à professora Valéria Marques Mendes, diretora da escola municipal Jardim Monte Belo, localizada no bairro de Perus, na zona norte de São Paulo.
Durante a live, que ocorreu para haver um debate e cobranças a respeito da educação na cidade, Valéria comentou que o secretário teria afirmado que a alimentação das crianças matriculadas na rede pública não é responsabilidade da sua pasta.
Após a fala da professora, o secretário não poupou as palavras. “É importante que você também recupere a fala porque há um evidente déficit de compreensão da sua parte. Jamais disse que a segurança alimentar das crianças não é responsabilidade da secretaria da Educação, está lá gravado, basta compreender, basta não ser sectária, basta olhar com cuidado as falas que são feitas aqui”, rebateu Caetano.
A professora Valéria Marques também aproveitou o seu espaço de fala para relatar que os alimentos estão chegando estragados nas escolas municipais. A comida estaria chegando nas unidades após quatro meses de pandemia e aulas suspensas.
“As linguiças que chegaram estavam todas podres e estragadas”, disse ela. “E só foram recolhidas porque a gente avisou que o alimento que estava chegando era de péssima qualidade”, disse Marques.
No entanto, a resposta do secretário não foi objetiva para explicar a ocorrência explicada por Valéria. De acordo com Bruno Caetano, a educadora proferiu um comentário ‘político’ embutido em sua demanda.
“Olha, Valéria, lamento profundamente a sua fala, acho desrespeitosa, acho político-partidária, na minha opinião e eu tenho direito de externá-la. Eu ouvi atentamente até a sua última palavra. Mas acho absolutamente impróprio usar um espaço que é de construção e de diálogo, de escuta, para fazer um discurso político-partidário sem embasamento na realidade”, respondeu ele.
A assessoria de imprensa da Secretaria da Educação não comentou o assunto em específico. Somente informou como é o cronograma de encontros.
“A Pasta organizou encontros virtuais chamados Fala Rede, para debater uma possível volta às aulas presenciais.
Já foram realizados 9 encontros, com cerca de 90 educadores. Os debates tiveram média de público de 10 mil pessoas por encontro. São discussões diárias com sugestões, criticas e elogios ao vivo e toda a conversa busca soluções para a volta das aulas presenciais.
Ainda serão realizadas outros 4 encontros com docentes das DREs Guaianazes, Penha, Ipiranga e Santo Amaro”.