O Programa Viver com Saúde, criado e mantido pela Fundación Mapfre, aborda temas relacionados à saúde de crianças e jovens de modo geral.
Porém, em meio à pandemia de Covid-19, o foco se voltou aos cuidados com a saúde mental, extremamente afetada diante do isolamento social, iminência do perigo de contaminação e notícias ruins frequentes.
A ação foi desenvolvida em parceria com Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
“Considerando que na Espanha a Fundación MAPFRE já atua na produção de informação e conhecimento relacionados ao bem-estar emocional, e esta expertise poderia contribuir para a melhoria do cenário da escola pública paulista. Foi estabelecido um termo de colaboração para a implantação do eixo Saúde Mental do programa Viver com Saúde”, disse Fátima Lima, diretora de Sustentabilidade e da Fundación MAPFRE, em entrevista ao portal UOL.
Em junho aconteceu a primeira capacitação, destinada a gestores regionais (vice-diretores e professores mediadores) de um outro programa do governo de São Paulo, o Conviva SP.
Uma segunda edição prevista para setembro, envolverá a formação dos profissionais das 91 Diretorias de Educação do Estado de São Paulo. Ao todo participarão educadores de 5.148 escolas da rede estadual. As instituições, inclusive, já receberam o guia a respeito da saúde mental.
Em novembro haverá um seminário, até o momento, agendado para ser a distância por conta da pandemia. Cerca de 150 mil professores participarão dessa capacitação.
Entre tantos assuntos, as capacitações sobre saúde mental envolvem conteúdos sobre problemas enfrentados no ambiente escolar. Por exemplo: bullying, sinais de depressão e sobre violência.
“A princípio, o desafio foi encontrar formas de abordar a temática de saúde mental, sem despertar o preconceito inerente ao tema. Felizmente, a equipe de especialistas teve plena aceitação e o engajamento dos professores, que abraçaram a causa”, relata Fátima Lima.
Antes da pandemia de coronavírus, os conteúdos estavam programados para serem desenvolvidos presencialmente. Mas diante do atual momento precisou ser adaptado para o formato digital e online.
“A princípio, havíamos elaborado um caminho que passava pela possibilidade da Formação de Formadores, para capacitar os coordenadores pedagógicos. Esses, por sua vez, capacitam os professores, que levariam a proposta aos alunos, como uma cascata de informação.”
Além disso, o material pedagógico precisou ser reforçado com temas relativos à saúde na pandemia de Covid-19.
“Temas como depressão, ansiedade, medo, angústia; e a pandemia trouxe questões à tona. A saúde mental dos profissionais de educação contribui para que eles reconheçam e trabalhem suas emoções e, assim, tenham competência socioemocional para lidar com as extremas pressões a que são submetidos diariamente. Entendemos que a saúde mental dos professores compõe o que a Organização Mundial da Saúde conceitua como saúde, ou seja: ‘saúde não é apenas a ausência de doença, mas o perfeito bem-estar físico, mental e social'”, afirma a diretora.