Covid-19: Três casos da variante do Amazonas são confirmados em SP

Nesta terça (26), o Instituto Adolfo Lutz confirmou os três primeiros casos de pessoas contaminadas com a variante do Amazonas do novo coronavírus em São Paulo. A mutação é tida como uma das responsáveis pela aceleração da taxa de transmissão da Covid-19 em Manaus e região.

A variante B.1.1.28.1, batizada de P1, já é dominante na capital amazonense. Em dezembro, ela foi responsável por 52,2% dos casos de Covid-19 em Manaus. Em janeiro, o número subiu para 85,4%. Para efeito de comparação, a presença de outras linhagens do coronavírus caiu de 96,3%, entre março e abril, para 8,3% neste mês de janeiro.

Em entrevista ao “Jornal Nacional”, da Rede Globo, a imunologista Ester Sabino disse que a nova variante deve ser mais transmissível.

“Tudo indica que essa variante tem uma capacidade replicativa maior, uma capacidade de transmissão maior e, com isso, ela acaba tomando conta da epidemia e sendo a principal variante que está levando aos casos em Manaus”, disse Ester Sabino, imunologista do Instituto de Medicina Tropical-USP.

Controle e vigilância para evitar disseminação da variante do Amazonas

O cenário catastrófico visto em Manaus fez os cientistas ligarem o sinal de alerta para impedir que a nova variante se espalhe pelos demais estados do Brasil. O coronavírus viaja junto com as pessoas. Portanto, para diminuir a transmissão, é preciso controlar o acesso aos aeroportos, estradas e rios.

Pesquisadores do Observatório da Covid no Brasil, antes da pandemia, mapearam os descolamentos mais frequentes pelos aeroportos do país, para saber onde há mais risco de transmissão da variante do Amazonas. As rotas com maior risco são para São Paulo (aeroportos de Congonhas, Viracopos e Guarulhos) e para Brasília.

Os aeroportos do Rio de Janeiro, Galeão e Santos Dumont, também apresentam risco de infecção pela variante do Amazonas, além de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Rotas para outras cidades também se mostram vulneráveis à nova variante, como Vitória, Salvador, Recife, Fortaleza, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre.

Todos os três casos da variante do Amazonas encontrados em São Paulo envolvem pessoas com histórico de viagem ou residência em Manaus, segundo a Secretaria de Saúde do estado. A bióloga e matemática, Flávia Marquiti, que participou do estudo, alerta para a necessidade de acompanhar os viajantes e pelo aumento no investimento em vigilância epidemiológica.

“O que a gente precisa fazer agora é aumentar nossa vigilância epidemiológica e genômica. A gente tem que acompanhar quais são as variantes que estão surgindo em cada região do país. Para isso, é preciso investimento. Você não sai de uma pandemia sem investimento em ciência e sem investimento em vigilância, de qualquer forma”, explica Flávia Marquitti em matéria do “Jornal Nacional”.

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