Soro anti-Covid: Butantan diz ter enviado documentação à Anvisa para realizar testes em humanos

Objetivo do soro é amenizar sintomas da doença

Nesta quarta (24), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que a documentação solicitando autorização para realizar testes do soro anti-Covid em humanos foi encaminhada na terça-feira (23) à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). A declaração foi dada em entrevista concedida à TV Globo nesta manhã.

“Nós já tivemos duas rodadas de exigências da Anvisa, ontem à noite nós completamos essa segunda rodada. Então, neste momento, não temos nenhum documento pendente. E aguardamos a aprovação da Anvisa”, afirmou Dimas Covas.

O soro anti-Covid vem sendo desenvolvido pelo Instituto Butantan a partir do plasma de cavalos desde o ano passado e a expectativa é que a Anvisa dê o sinal verde para os testes clínicos em humanos até sexta-feira (26). O instituto já conta com 3 mil frascos prontos para distribuição.

Com a autorização da Anvisa, o Butantan estará liberado para aplicar o soro anti-Covid em pessoas com Covid-19 e assim descobrir qual é a dose ideal para o tratamento que visa amenizar os sintomas da doença.

“O soro é uma vacina instantânea. É um concentrado de anticorpos, neste caso produzindo em cavalos, que atua diretamente no vírus. Ele é para logo que o indivíduo é infectado e começa apresentar sintomas, ser usado. Isso impede que a doença progrida”, explicou Dimas Covas.

Soro anti-Covid foi testado em animais pelo Butantan

O processo de fabricação do soro anti-Covid começou numa fazenda de propriedade do Instituto Butantan e a última bateria de testes ocorreu no mês de janeiro, quando os pesquisadores passaram a testar o soro.

“O soro foi inteiramente produzido no Butantan. O vírus foi isolado, inativado, e finalmente levado a imunizar os animais. O Butantan tem uma fazenda com 650 hectares e lá nós mantemos uma tropa de 800 cavalos”, disse Dimas Covas em coletiva de imprensa no dia 5 de março.

“Alguns animais foram submetidos a esse vírus e na sequência produziram anticorpos. Esse plasma desses animais foi coletado e aí processado nas nossas instalações, dando origem ao produto.”, completou Dimas.
Segundo os testes, o soro anti-Covid é seguro e gera anticorpos em animais.

“Os animais que foram tratados tiveram seu pulmão protegido, ou seja, não desenvolveram a forma fatal da infecção pelo coronavírus, mostrando que os resultados de estudos em animais são extremamente promissores e esperamos que a mesma efetividade seja demonstrada agora nesses estudos clínicos que poderão ser autorizados.”