Segundo dados da consultoria Strategy Analytics, o mercado de smartphones dobráveis deve triplicar de tamanho em 2021, chegando a 6,5 milhões de unidades vendidas. As expectativas apontam para 117,2 milhões de unidades vendidas apenas em 2025, um salto que seria acima do dobro do acumulado no ano a ano.
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Para Mario Sousa, diretor sênior de produto e planejamento estratégico da divisão de dispositivos móveis da Samsung Brasil, os dados apontam que o segmento tem se consolidado como uma categoria mainstream. Segundo ele, o primeiro smartphone dobrável foi apresentado pela Samsung em 2019, desenvolvido para satisfazer as necessidades de um nicho de consumidores que buscam mais inovação e produtividade.
Na época, Sousa diz que eles tinham como promessa se tornarem “as bases para o smartphone do amanhã”. Com base nas projeções de vendas e nas reações de especialistas, que apontam evolução técnica dos aparelhos dobráveis, esse “amanhã” está mais próximo do que imaginamos.
“Os smartphones dobráveis representam não apenas um novo design e uma forma de interagirmos com os aparelhos, mas sobretudo novas possibilidades de uso. Eles foram criados a partir de uma conexão direta com os consumidores, entendendo a maneira que os dispositivos têm sido utilizados e quais são as necessidades no dia a dia”, afirma ele em um artigo enviado à imprensa.
Ainda segundo o executivo, vivemos uma era em que o consumo de conteúdo por meio do smartphone se multiplica em diversas frentes, fazendo com que o tamanho da tela e a capacidade de executar diversas tarefas simultaneamente tornem-se ferramentas fundamentais. Com a possibilidade de navegar em múltiplas telas e em diferentes posições, abre-se um caminho para desenvolver novas funções que impactarão o dia a dia dos usuários.
“Em outras palavras, estamos diante daquele raro momento em que uma mudança tecnológica também tem um potencial para transformar nossos hábitos”, afirma ele. De acordo com ele, foi o que ocorreu quando surgiram os primeiros celulares e o ato de falar ao telefone deixou de ser algo que fazíamos restritamente num aparelho fixo. Uma mudança similar mais recente é o hábito de pagar por aproximação ou pelo celular (com o Pix e o PicPay, por exemplo).
Sousa explica que o fato das telas terem o dobro de tamanho na maioria dos celulares dobráveis, o dispositivo acaba se tornando um misto de smartphone e tablet. O aparelho ainda carrega uma vantagem: se ele puder ficar com a tela dobrada em 90 graus, é possível que ele funcione quase como um notebook para tarefas como videochamadas e fotos, já que não vai precisar de apoio.
Para o executivo da Samsung, estas pequenas transformações que os smartphones dobráveies trazem ainda são apenas o início. “A maior parte da mudança de hábitos ainda estão por vir e depende dessa conexão que os desenvolvedores de aplicativos têm com seus usuários.”
De acordo com ele, a Samsung está desenvolvendo testes com os 100 aplicativos mais populares para smartphones para entender de que forma eles podem se adaptar e incrementar a experiência de uso dos dobráveis. Em paralelo, os desenvolvedores de apps já estão explorando as novas dimensões, características físicas e conjuntos de sensores para criar novas formas de interação entre usuários e aparelhos.
Do lado do consumidor, há diversos indícios que mostram que existe grande interesse na categoria dos dobráveis, que tem como principais características o design e a inovação. Sousa cita a pesquisa da consultoria MindMiners, que realizou um levantamento no Brasil e fez a seguinte pergunta para usuários de smartphones: “Qual fator que chamou a sua atenção na hora de comprar seu smartphone atual?”. O design apareceu em primeiro lugar, com 32% das menções, seguido por inovação tecnológica, com 20%.
Sousa diz que isso prova um movimento de popularização dos smartphones dobráveis. Ele lembra que os smartphones são uma evolução do palm top, dispositivo dos anos 1990 que eram usados para responder e-mails e servir como agenda. Foram as lojas de aplicativos que fizeram os smartphones se tornarem tão úteis no dia a dia. A expectativa de Sousa é que o desenvolvimento de apps para dispositivos dobráveis faça o mesmo.