O Conselho Universitário (Consu) da Unicamp aprovou, nesta terça-feira (2), a aplicação de cotas étnico-raciais e sociais nos processos de seleção dos dois colégios técnicos mantidos pela universidade – o Cotuca, de Campinas, e o Cotil, em Limeira (SP).
Serão reservadas 70% das vagas de cada curso para alunos que cursaram todo o ensino fundamental 2 em alguma escola pública. Deste número, 35% serão destinados a alunos autodeclarados pretos, pardos e indígenas. Com a aprovação, a política de cotas passa a valer para o próximo processo seletivo, com ingresso no ano letivo de 2021.
Cotuca e Cotil somam hoje 3,6 mil estudantes, sendo 2,1 mil e 1,5 mil respectivamente.
Mesmo adotado desde 2012 (Lei nº 12.711/2012) pelas universidades e órgãos públicos em seus processos seletivos, o sistema de cotas ainda é uma discussão polêmica no Brasil. Ele foi criado como uma iniciativa afirmativa e mais abrangente para diminuir a desigualdade sociais, educacionais e econômicas entre pessoas negras e brancos; e pessoas de baixa renda familiar.
Apesar da lei ser 2012, a política existe desde o início dos anos 2000, quando a Universidade de Brasília (UnB) decidiu fazer reserva de vagas para alguns candidatos em seu processo seletivo.
O sistema de cotas está dividido em cota social e racial. A primeira visa melhorar o acesso de grupos que são impactados negativamente no quesito social, como baixa renda familiar, estudantes de escola da rede pública e pessoas com deficiência.
Na cota racial, ela visa combater as desigualdades sociais advindas de um racismo histórico que privilegia pessoas de determinada cor em detrimento de outras.