O volume de serviços no país cresceu 0,9% em março deste ano, na comparação com fevereiro. Esse é o segundo avanço consecutivo e sucede a alta observada no mês anterior, que foi beneficiado pela fraca base de comparação.
Em resumo, o setor de serviços iniciou o ano em queda, afundando em janeiro. Aliás, este resultado negativo foi provocado pela forte base comparativa, com dezembro de 2022. Isso porque o setor de serviços costuma ter um desempenho mais expressivo no último mês de cada ano.
Com o acréscimo do resultado de março, o setor passou a se encontrar 12,4% acima do nível de fevereiro de 2020, último mês antes da decretação da pandemia da covid-19.
Por falar nisso, a crise sanitária afundou o volume de serviços no país por causa do incentivo à restrição da circulação das pessoas. À época, o setor sofreu uma redução significativa, uma vez que diversas atividades dependem fortemente da presença física das pessoas.
A saber, os serviços começaram a se estabilizar no país em 2021, mas sem registrar um crescimento muito expressivo. No entanto, em 2022, o setor mostrou uma recuperação muito firme e conseguiu crescer mais de 8% em relação ao ano anterior, batendo recorde da série histórica, que teve início em 2011.
No acumulado do primeiro trimestre de 2023, o volume de serviços cresceu 5,8%, na comparação com o mesmo período de 2022. Em suma, houve taxas positivas em todas as atividades e em 60,2% dos 166 tipos de serviços investigados.
Todos os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.
De acordo com o IBGE, três das cinco atividades pesquisadas do setor de serviços encerraram fevereiro em alta, na comparação com janeiro. Veja abaixo as variações de cada uma das cinco atividades:
“O mês de março foi marcado pela expansão do setor de transportes. A alta foi puxada principalmente pelo transporte de cargas, que avançou 4,7% no período enquanto o transporte de passageiros recuou 3,3% na comparação com o mês anterior“, explicou o analista da pesquisa, Luiz Almeida.
Vale destacar que o setor de transportes exerceu a maior influência no setor de serviços em todos os meses deste ano. Em outras palavras, foi essa atividade que impulsionou o volume nacional no primeiro trimestre de 2023, acumulando um ganho de 6,5% no período.
Já no caso dos serviços profissionais, administrativos e complementares, o avanço em março eliminou parte da perda de 3,4% acumulada nos dois primeiros meses do ano.
Por sua vez, o setor de serviços de informação e comunicação cresceu levemente em março, mas encerrou o trimestre acumulando um forte crescimento de 6,9%.
Apesar de três ramos do setor de serviços terem crescido em março, outros dois fecharam o mês em queda. A saber, o ramo de serviços prestados às famílias caiu 1,7% no mês, intensificando a queda de 0,7% observada em fevereiro.
No período, a atividade acumulou perda de 2,5%, reduzindo boa parte do ganho de 3,5% acumulado entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023.
Em síntese, a pandemia da covid-19 afetou fortemente os serviços prestados às famílias. Isso aconteceu porque o governo passou a incentivar o distanciamento social, afetando a atividade, que se baseia em serviços realizados presencialmente. Assim, o seu desempenho acabou sendo muito prejudicado pela pandemia.
Da mesma forma, os outros serviços também encolheram em março, mas de maneira menos intensa. De todo modo, a queda de 0,6% eliminou o ganho observado em fevereiro, de 0,4%.
A pesquisa também revelou quais unidades federativas (UFs) exerceram as maiores influências positivas na taxa nacional em março. Em suma, o setor de serviços cresceu em 24 das 27 UFs.
Confira abaixo, em ordem, os principais impactos positivos registrados no país em fevereiro:
Em contrapartida, as únicas contribuições negativas vieram de Pernambuco (-2,3%), Mato Grosso (-1,9%) e Amapá (-1,7%). Aliás, cabe salientar que as principais contribuições positivas do país em fevereiro vieram de Mato Grosso e Pernambuco, respectivamente. Essa forte base comparativa explica as quedas nesses estados em março.
O IBGE ainda revelou que, na comparação com março de 2022, o volume de serviços cresceu 6,3% no Brasil, impulsionado pelo resultado positivo observado em 26 UFs. Em resumo, essa foi a 25ª taxa positiva seguida, com alta em quatro das cinco atividades pesquisadas.
Entre as UFs, a principal contribuição positiva veio de São Paulo (3,4%), seguido por Rio de Janeiro (9,5%), Paraná (11,4%), Minas Gerais (7,3%) e Santa Catarina (14,0%). A única exceção foi o Distrito Federal, cujo volume de serviços caiu 0,6% ante março de 2022.
Por fim, vale destacar que os serviços respondem por quase 70% do PIB brasileiro. Além disso, o setor é considerado o maior empregador do país, segundo o IBGE. Isso quer dizer que, quanto mais o setor crescer, mais a economia brasileira vai avançar.