O volume de serviços no país cresceu 1,1% em fevereiro deste ano, na comparação com janeiro. O resultado positivo já era esperado devido à fraca base de comparação, visto que o setor teve uma queda significativa de 3,1% no primeiro mês de 2023.
Aliás, em janeiro, aconteceu a mesma coisa. Em resumo, o resultado negativo foi provocado pela forte base comparativa, com dezembro de 2022. Isso porque o setor de serviços costuma ter um desempenho mais expressivo no último mês de cada ano.
Com o acréscimo do resultado de fevereiro, o setor passou a se encontrar 11,5% acima do nível de fevereiro de 2020, último mês antes da decretação da pandemia da covid-19.
Por falar nisso, a crise sanitária afundou o volume de serviços no país por causa do incentivo à restrição da circulação das pessoas. À época, o setor sofreu uma redução significativa, uma vez que diversas atividades dependem fortemente da presença física das pessoas.
“Os segmentos mais dinâmicos seguem apresentando bom desempenho, enquanto aqueles mais afetados pela pandemia, principalmente as atividades presenciais, já superaram o longo distanciamento que tinham do período pré-pandemia“, explicou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
A saber, os serviços começaram a se estabilizar no país em 2021, mas sem registrar um crescimento muito expressivo. No entanto, em 2022, o setor mostrou uma recuperação muito firme e conseguiu crescer 8,3% em relação ao ano anterior, batendo recorde da série histórica, que teve início em 2011.
Todos os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.
De acordo com o IBGE, três das cinco atividades pesquisadas do setor de serviços encerraram fevereiro em alta, na comparação com janeiro. Veja abaixo as variações de cada uma das cinco atividades:
“Os serviços de tecnologia da informação e o setor de transportes continuam ditando o ritmo dos serviços no país. Em fevereiro, houve uma recuperação de parte da perda verificada em janeiro. A configuração do setor de serviços, portanto, não se altera significativamente nos primeiros dois meses de 2023“, afirmou o gerente da pesquisa.
Vale destacar que o setor de transportes exerceu a maior influência no setor de serviços em fevereiro, assim como aconteceu em janeiro.
“O transporte rodoviário de cargas, que é o principal modal por onde se deslocam as mercadorias nas estradas brasileiras, segue sendo beneficiado pela demanda crescente vinda do agronegócio, do comércio eletrônico e, em menor escala, do setor industrial, notadamente dos bens de capital e dos bens intermediários, que operam acima do nível pré-pandemia“, explicou Lobo.
Já no caso dos serviços de informação e comunicação, a atividade acumula ganho de 2,4% nos dois primeiros meses de 2023. Já o setor de outros serviços eliminou uma pequena parte da forte queda de 8,6% registrada em janeiro.
Apesar de três ramos do setor de serviços terem crescido em fevereiro, outros dois fecharam o mês em queda. A saber, o ramo de serviços prestados às famílias caiu 0,7%, após dois meses de alta.
Entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, o setor acumulou ganho de 3,5%. Entretanto, o resultado de fevereiro eliminou parte do crescimento registrados nos dois meses anteriores.
Em síntese, a crise sanitária afetou fortemente os serviços prestados às famílias. Isso aconteceu porque o governo passou a incentivar o distanciamento social. Como essa atividade se baseia em serviços realizados presencialmente, o seu desempenho acabou sendo muito prejudicado pela pandemia.
Da mesma forma, os serviços profissionais, administrativos e complementares também encolheram em fevereiro. O resultado negativo foi o segundo consecutivo e o setor passou a acumular uma perda de 3,1% em 2023.
A pesquisa também revelou quais unidades federativas (UFs) exerceram as maiores influências positivas na taxa nacional em fevereiro. Em suma, o setor de serviços cresceu em 20 das 27 UFs.
Confira abaixo, em ordem, os principais impactos positivos registrados no país em fevereiro:
Em contrapartida, as principais contribuições negativas vieram de São Paulo (-0,1%), Distrito Federal (-1,7%) e Rio Grande do Sul (-0,8%).
Vale destacar que, na comparação com fevereiro de 2022, o volume de serviços cresceu 5,4% no Brasil, impulsionado pelo resultado positivo observado em 26 UFs.
A principal contribuição positiva veio de São Paulo (2,9%), seguido por Rio de Janeiro (6,1%), Minas Gerais (8,7%), Paraná (9,9%) e Santa Catarina (9,7%). Já a única exceção foi Mato Grosso do Sul, que acumulou uma perda de 0,3% no período.
Por fim, vale destacar que os serviços respondem por quase 70% do PIB brasileiro. Além disso, o setor é considerado o maior empregador do país, segundo o IBGE. Isso quer dizer que, quanto mais o setor crescer, mais a economia brasileira vai avançar.