Está circulando na Assembleia Legislativa de São Paulo um projeto que visa dar bonificação para servidores públicos do estado. A ideia é que os trabalhadores que evoluam dentro de suas carreiras ganhem o benefício de um ano para o outro. A ideia está tramitando em regime de urgência. É o que se sabe.
Inicialmente, parece ser uma ideia simples, mas o fato é que está causando muita polêmica no estado. É que essa regra faz parte de um texto maior que deverá apontar diversas mudanças para o funcionalismo público no estado de São Paulo. Na prática, trata-se portanto de uma Reforma Administrativa estadual. É uma grande mudança.
O Governador do estado, João Dória (PSDB), enviou esse projeto em regime de urgência para a Alespe. Entre outras coisas, o programa acaba com a regra que permitia o abono para até seis faltas de pessoas. Pelas regras atuais, o trabalhador pode ter esse número de ausências no ano sem apresentar um documento oficial de justificativa.
Além disso, a ideia limita de 30 para 15 dias o número de faltas seguidas que formam o abandono de trabalho. De acordo com sindicatos e outras entidades trabalhistas, o projeto em questão poderia ser um risco para as pessoas que estão em situação de estabilidade neste momento. É que elas também poderiam perder portanto esse status. Assim, elas não estariam mais estáveis no emprego.
“A trajetória deste governador tem sido de destruição. Somente quem jamais precisou de educação, saúde, moradia, transporte, assistência social, segurança e outros serviços públicos pode investir tanto no seu desmonte. E também na desqualificação dos servidores e servidoras públicos”, diz o trecho de uma carta enviada por entidades sindicais.
A tramitação deste projeto, aparentemente impopular, acontece justamente em um momento em que o Governador de São Paulo quer se lançar como pré-candidato presidencial. Ele, aliás, chegou a divulgar uma carta mostrando que quer ser o representante do PSBD na disputa.
Nessa carta em questão ele menciona uma série de projetos sociais do Governo de São Paulo. No entanto, ele não cita essa reforma administrativa. De acordo com informações de bastidores, o foco dele agora é ganhar essa indicação do partido para a disputa presidencial.
Ainda nesta carta, Dória reforça críticas ao Presidente Jair Bolsonaro e ao PT. Ele afirma que é diferente dos dois lados. O documento acabou gerando muita repercussão nas redes sociais. Vários internautas criticaram e elogiaram o político.
Nesta carta, Dória diz que foi responsável por uma série de projetos sociais como o Vale-gás e o Bolsa Estudantil. No entanto, ele está tendo que conviver com uma série de críticas sobre todos esses programas. A maioria delas fala sobre a questão da quantidade de usuários.
Há quem diga que esses projetos estariam chegando nas mãos apenas de uma parcela pequena da população. Críticos também estão dizendo que Dória estaria usando esses programas apenas para se promover politicamente.
Vale lembrar portanto que o Brasil vai ter eleições presidenciais em 2022. Na ocasião, a tendência é que os projetos sociais entrem no centro das discussões políticas. O Bolsa Família, por exemplo, tende a ser um dos principais assuntos no próximo ano.