Economia

Serasa: mais de 22 milhões já podem ter acesso ao crédito via cadastro positivo

De acordo com um estudo realizado pela Serasa, com a implementação do cadastro positivo, cerca de 22,1 milhões de brasileiros agora têm a oportunidade de acessar um crédito de qualidade. O número passou de 59,1 milhões de pessoas para 81,2 milhões.

No levantamento, essas pessoas estavam com um score” (pontuação) na Serasa abaixo de 500 e, devido a isso, não recebiam propostas de empréstimos. No entanto, a baixa pontuação não significava negativação, mas apenas informações insuficientes do histórico financeiro dos cidadãos.

Do total de pessoas beneficiadas, cerca de 11,8 milhões são mulheres e 10,3 milhões, homens. A faixa etária entre eles é de 26 a 40 anos, com adição de 10,2 milhões de pessoas com acesso a crédito.

Além disso, 6,2 milhões dos aprovadas possuem entre 41 e 60 anos; 4,6 milhões têm até 25 anos e 1,1 milhão, mais de 60 anos. Com relação a renda dessas pessoas, a maioria (12,4 milhões) possuem ganhos mensais de R$ 1 mil a R$ 2 mil.

“As companhias que concediam crédito baseadas majoritariamente em informações negativas, como contas não pagas ou atrasadas, passaram a contar com todo o histórico financeiro do cidadão e fazer análises frente à forma como ele quita suas dívidas contraídas com os bancos, empresas do comércio e serviços”, disse o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, em nota.

Ele ainda ressalta que, do ponto de vista do credor, a ferramenta permite uma concessão de crédito mais “segura e rentável”.

Vale salientar que o estudo foi realizado em comparação aos anos de 2019 e 2020, sendo utilizada uma amostra de 1,2 milhão de consumidores de todas as regiões. Os dados foram divulgados para população brasileira a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Brasil tem 66 milhões de inadimplentes

De acordo com a Serasa Experian, que realiza análises e estudos para decisões de crédito e apoio a negócios, os dados são expressivos, sendo o maior número de inadimplentes desde 2016, quando as informações começaram a ser analisadas.

Desde o início do ano, até agora, cerca de dois milhões de brasileiros contraíram dívidas. O maior déficit está relacionado a despesas com banco e cartão de crédito, água, luz e gás. Ademais, devido à grave situação, a procura por crédito vem aumentando.

Segundo Luiz Rabi, economista do Serasa, a instabilidade do país é uma das causas da inadimplência. Desse modo, para ele, felizmente, existem algumas válvulas de escape, como o saque extraordinário do FGTS e a antecipação do 13º, que podem aliviar o bolso dos brasileiros, ajudando-os a saldar suas dívidas.

O economista ainda afirma que a alta da inadimplência neste ano já era prevista. Em uma comparação com 2021, o setor financeiro foi o mais atingido, subindo de 9,6% para 12,4%. Com a instabilidade econômica e com as financeiras dando crédito em condições de risco, houve um aumento das dívidas.

Os dados levantados pelo Serasa apontam que, dos 66,1 milhões de brasileiros inadimplentes, 35,2% estão na faixa de 26 a 40 anos de idade, e 34,8% entre 41 a 60 anos. Todavia, o valor médio do saldo devedor é de R$4 mil.