Ter o nome inscrito nos cadastros de inadimplência pode ser um verdadeiro pesadelo financeiro. Não apenas restringe o acesso a crédito e financiamentos, mas também pode impactar negativamente oportunidades profissionais e pessoais. No entanto, a legislação brasileira prevê um prazo de prescrição para as dívidas, oferecendo um alívio para aqueles que se encontram nessa situação há anos.
A prescrição de dívidas é um conceito legal que estabelece um limite de tempo para que credores possam cobrar judicialmente um débito em aberto. No Brasil, esse prazo varia de acordo com o tipo de dívida, mas, na maioria dos casos, é de cinco anos a partir da data de vencimento.
Em julho, a Serasa, uma das principais empresas de proteção ao crédito no país, emitiu um comunicado alertando os consumidores sobre a situação de dívidas prescritas. O objetivo era esclarecer que, mesmo após o prazo de cinco anos, as dívidas não são automaticamente canceladas dos registros de inadimplência.
Quando uma dívida prescrita permanece nos cadastros de proteção ao crédito, como o Serasa e o SPC, o consumidor continua enfrentando restrições ao acesso a crédito, o que pode dificultar a obtenção de empréstimos, financiamentos e até mesmo a contratação de serviços essenciais.
O primeiro passo para lidar com dívidas prescritas é verificar a data em que elas foram contraídas. Se já se passaram mais de cinco anos desde o vencimento, é provável que elas estejam prescritas. Além disso, é recomendável consultar o score de crédito no site da Serasa para obter uma visão clara da situação financeira e identificar quaisquer dívidas prescritas que ainda estejam listadas.
É crucial evitar reconhecer a dívida prescrita ou realizar qualquer pagamento parcial, pois isso pode reiniciar o prazo de prescrição, mantendo a dívida ativa nos registros de inadimplência.
Se for confirmado que a dívida está prescrita, o próximo passo é entrar em contato com o credor ou a instituição financeira responsável e solicitar formalmente a baixa da dívida. É essencial formalizar o pedido por escrito e manter um registro de toda a comunicação.
Deixar dívidas prescritas sem serem removidas dos cadastros de proteção ao crédito pode ter consequências sérias. Além de dificultar o acesso a crédito, pode afetar negativamente a pontuação de crédito, o que pode prejudicar a capacidade de obter empréstimos, alugar imóveis ou até mesmo conseguir um emprego.
Se o credor ou a instituição financeira se recusar a remover a dívida prescrita dos registros de inadimplência, é possível recorrer a medidas legais. Consultar um advogado especializado em direito do consumidor pode ser a melhor opção para garantir que os direitos sejam respeitados.
Após resolver a situação de dívidas prescritas, é essencial adotar práticas financeiras saudáveis para evitar a acumulação de novas dívidas. Isso inclui criar um orçamento realista, controlar gastos, poupar regularmente e evitar o uso excessivo de crédito.
Com as dívidas prescritas removidas dos registros de inadimplência, é possível iniciar o processo de reconstrução do crédito. Isso pode envolver a obtenção de um cartão de crédito seguro, o pagamento pontual de contas e o monitoramento regular do score de crédito.
Para aqueles que enfrentam dificuldades financeiras ou precisam de orientação adicional, existem recursos disponíveis. O Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDR) oferece informações gratuitas por meio de sua comunidade no WhatsApp, além de outros canais de suporte.
Lidar com dívidas prescritas pode ser um processo desafiador, mas é essencial para proteger os direitos dos consumidores e garantir o acesso a oportunidades financeiras. Ao compreender a legislação, seguir os passos corretos e buscar orientação quando necessário, é possível superar essa situação e reconstruir um futuro financeiro saudável.