Servidores do Banco Central (BC) se reuniram e decidiram retomar a greve da categoria nesta terça-feira (3). A nova paralisação acontece por tempo indeterminado e exige que o Governo Federal pague reajustes salariais e concretize mudanças na carreira. Os servidores decidiram retomar o movimento depois de uma assembleia realizada ainda na última semana.
Na última sexta-feira (29), o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) anunciou que os funcionários iniciariam a paralisação nesta terça-feira (3). O aviso foi uma exigência da própria justiça, para que a direção do Banco Central possa se preparar para suprir ao menos uma parte das necessidades do órgão durante a greve.
“A escolha pelo recrudescimento da luta se deu em virtude do prazo para um encaminhamento à pauta reivindicatória do corpo funcional do BC, principalmente em relação ao aspecto salarial, e à intransigência e falta de avanços significativos no âmbito do Poder Executivo durante o período em que a greve esteve suspensa”, informou o Sinal.
Hoje, o salário dos analistas do BC variam entre R$ 19 mil e R$ 27 mil. Nas últimas semanas, membros do Governo Federal chegaram a sinalizar que pagariam um aumento linear de 5% para todos os servidores públicos federais. Entretanto, aparentemente a proposta não foi bem recebida pelos trabalhadores do Banco, que pedem aumento de 19%.
Os servidores do BC também decidiram que participarão de um ato presencial nesta quarta-feira (4). A manifestação está marcada para acontecer das 17h às 19h na frente do próprio prédio do Banco Central em Brasília. O plano dos trabalhadores é colocar mais pressão no Governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) para a liberação de um aumento maior.
A diretoria do Banco Central (BC) afirma que a greve acaba gerando um impacto no cidadão brasileiro. Membros da instituição afirmam que o processo de reunião de estatísticas está travado há algumas semanas por causa da paralisação.
Além disso, a greve também impactou o Sistema de Valores a Receber (SVR). Trata-se do programa que permitia que os cidadãos consultassem saldos de valores esquecidos em instituições financeiras em anos anteriores.
Inicialmente, o plano do Banco Central era permitir uma nova rodada de consultas a partir deste último dia 2 de maio. Entretanto, a nova fase precisou ser adiada pois a greve impediu que os funcionários trabalhassem na atualização do sistema de pesquisa.
Não são apenas os servidores do Banco Central que realizam paralisações no Brasil neste momento. Outras categorias também manifestam insatisfação com a falta de reajuste salarial nos últimos anos no país.
Um exemplo é a greve dos servidores do INSS, que também reúne os médicos peritos neste momento. Os trabalhadores também pedem por aumento nos salários, por melhorias nas condições de trabalho e pela realização de novos concursos públicos para a autarquia.
Segundo informações do Ministério do Trabalho e da Previdência, algumas semanas depois do início o movimento grevista, a fila de espera para a realização da perícia média cresceu de mais de 780 mil pessoas para mais de 1 milhão de brasileiros.