O comércio varejista terá a maior contratação de trabalhadores temporários para o Natal desde 2013. A previsão foi divulgada no dia de hoje (24) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O que eleva a expectativa do setor para as festas do fim do ano.
De acordo com o economista sênior da CNC, Fabio Bentes, as contratações no comércio vinham crescendo desde o final de 2016. No entanto, a pandemia de covid-19 no ano de 2020 fez as contratações despencaram de 91,6 mil trabalhadores em 2019, para 68,3 mil em 2020. Esse foi o menor número desde 2015 (67,4 mil).
Para o ano de 2021, a expectativa é de que mais de 94,2 mil vagas sejam abertas para atender o movimento sazonal de fim de ano. Segundo Fabio Bentes, caso a previsão seja confirmada, essa será a maior contratação de temporários desde 2013. Além disso, a previsão é de que as vendas cresçam 3,8% no Natal.
O economista explicou porque, apesar do cenário de inflação elevada e juros mais altos, as contratações e vendas continuam aumentando. De acordo com ele, as vendas e contratações aumentam por conta do aumento na circulação de consumidores. Além do comércio eletrônico, que tem registrado aumento de vendas de dois dígitos.
Os segmentos do comércio que vão concentrar maior parte das contratações, segundo a previsão, são vestuário (57,91 mil) e hiper e supermercados (18,99 mil). Segundo a previsão, os setores, juntos, irão responder por mais de 80% das vagas a serem criadas.
Segundo o economista da CNC, o ramo de vestuário é o mais impactado pelas vendas de final de ano. Vendas estas que dobraram na passagem de novembro para dezembro. Nesse sentido, esse ramo é o que tem também um leque amplo de tíquetes médios, o que acaba favorecendo todo o segmento.
Já em relação à hiper e supermercados, o economista destacou que esse ramo responderá por 19 mil vagas. Isso porque o ramo é o maior empregador do comércio ao longo do ano, além de ser o que mais fatura. “Então, qualquer movimento, mesmo que sazonal das vendas, faz com que se produza um número absoluto de vagas ali bastante expressivo”, diz Fabio.
O ramo de supermercados passou a oferecer um leque diversificado de produtos e deve ser o segundo que vai mais contratar para o Natal. Além disso, ainda de acordo com a CNC, enquanto o faturamento do varejo como um todo cresce em média 34% na passagem de novembro para dezembro, no segmento de vestuário o faturamento costuma subir 90%.
A pesquisa da CNC prevê que o estado de São Paulo deve concentrar o maior número de contratações temporárias para o fim do ano (25,55 mil). “A expectativa é que as vendas em São Paulo também cresçam acima da média. É o estado que se recupera mais rápido. E ao se recuperar mais rápido, acaba demandando, proporcionalmente, mais postos de trabalho temporários”, diz a confederação.
Em seguida, aparecem Minas Gerais (10,67 mil), Rio de Janeiro (7,63 mil) e Paraná (7,19 mil), que concentram mais da metade (54%) da oferta de vagas no comércio para o Natal deste ano. Segundo a CNC, nessas quatro regiões, pode haver variações das vendas locais em relação ao Natal do ano passado.