Em entrevista à CBN, na segunda-feira, o secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, afirmou que a Petrobras, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil não estão com a privatização em pauta. Segundo Mattar, elas ficarão fora da lista pelo ‘forte clamor’ para que se mantenham estatais.
“Efetivamente, todas as empresas devem ser vendidas, com exceção das que o presidente, o Congresso e a sociedade julgarem por bem permanecer. E dou o exemplo da Petrobras, da Caixa e do Banco do Brasil. Existe hoje um clamor para que essas empresas continuem estatais”, disse o secretário.
Sendo assim, as contratações para os órgãos continuarão sendo através de concursos públicos. Em agosto, o governo federal divulgou uma lista com estatais que podem ser privatizadas nos próximos anos. Entre elas se destacam os Correios, Dataprev, Telebrás e Eletrobras.
Vale lembrar que esse plano, no entanto, ainda deve passar pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O objetivo é que se identifique quais empresas têm condições de serem negociadas com o setor privado.
Segundo Mattar, o governo de Jair Bolsonaro trabalha com alternativas para acelerar os processos de privatização. Na entrevista, o secretário revelou que está em estudo a aplicação do ‘fast track’, rito acelerado para promover muitas vendas até 2021.
No entanto, Salim Matar reconheceu a burocracia por envolver patrimônios públicos. “Esse processo é lento. Pode-se levar a partir de oito meses até dois anos para privatizar uma empresa”, revelou o secretário.
Na entrevista, o responsável pela pasta governamental lembou que o governo já superou a meta de US$20 bilhões para as privatizações este ano, uma vez que a União já acumula US$24,5 bilhões em vendas.
O Secretário ainda informou que ainda é possível que ocorra mais vendas até o final de 2019. Segundo ele, a visão da sociedade brasileira mudou em relação às privatizações, sobretudo após muitas estatais aparecerem nos escândalos de corrupção.
Em maio, o presidente Pedro Guimarães já havia afirmado que a Caixa Econômica Federa (CEF) não seria privatizada. A declaração veio ao jornal Estado de S. Paulo após falsas informações terem sido publicadas nas redes sociais. “A Caixa não será privatizada na atual gestão do presidente”, garantiu Guimarães.
Desde janeiro, quando assumiu o comando do banco, Guimarães tem reafirmado que a venda da Caixa está fora dos planos e que sua gestão tem trabalhado para reforçar a governança e os pilares da empresa.