Saúde e Bem Estar

Saúde mental das crianças: Cuidando da mente desde cedo

Atentar-se para a saúde mental na infância é tão importante quanto na vida adulta.

Infelizmente, vemos a saúde mental das crianças sendo negligenciadas em diversos contextos. Há discursos estigmatizados que apontam que “criança não sofre”, ou então, que apenas na vida adulta a criança irá entender o que é “sofrimento de verdade”.

Porém, é importante salientar que, de acordo com a maturidade da criança, a descoberta de sentimentos de frustração, saudade, raiva, medo e tristeza podem ser muito fortes. O que faz com que ela acabe tendo dificuldades de gerenciar as emoções em alguns momentos, especialmente se ela for reprimida, como acontece com o famoso “engole o choro”.

Por isso, fizemos este conteúdo para que possamos abrir a mente e pensar um pouco mais sobre o quanto a saúde mental infantil é importante. Vem com a gente!

Por que é importante considerar a saúde mental das crianças?

A infância é a fase em que estamos tendo os primeiros contatos com absolutamente tudo em nossa vida. É o momento no qual estamos aprendendo a lidar com diversos sentimentos, além de que é a fase onde fazemos amizades, brincamos, descobrimos o mundo…

Muitos de nossos traumas e medos na vida adulta estão intimamente relacionados com a nossa infância. Além disso, a forma como recebemos afeto, quando crianças, pode revelar o adulto que seremos em nossos relacionamentos.

E embora muitas questões, que foram reprimidas na infância, possam ser analisadas e postas em pauta na psicoterapia quando já somos adultos, muitas dessas questões poderiam ser evitadas se, simplesmente, as pessoas em nossa volta pensassem na importância da saúde mental das crianças.

Há quem acredite que as crianças “esquecem” tudo. Há quem pense que um bebê não será afetado com as palavras agressivas, ou que ele jamais lembrará disso. Mas, para a psicanálise, por exemplo, não é bem assim que funciona.

As crianças costumam “absorver” (podemos assim dizer) o que é dirigida à ela na infância. É como se ela “aceitasse” a demanda do outro. Um exemplo? Observe os chamados “alunos problemas” em uma sala de aula. Na medida em que uma pessoa o coloca nesse lugar (discursando isso em sua frente e tratando-o, sutilmente, de um modo diferente) mais essa posição se instaura na vida da criança.

Logo, ele se comportará cada vez mais nesse caminho ditado pelo adulto. E é por isso que devemos nos atentar para a forma que lidamos com as crianças. 

A infância caminha conosco para sempre

A infância é uma fase de extrema importância. É nessa etapa que estamos aprendendo todas as coisas da vida e como tudo funciona. Por isso estamos armazenando informações, sentimentos e sensações diversas do que acontece em nossa volta.

Sendo assim, quando não somos estimulados a falar sobre como nos sentimos, ou quando simplesmente somos taxados como alguém que “não sente”, a nossa vida adulta poderá revelar problemas emocionais severos.

Como lidar com a saúde mental das crianças?

Até aqui, cremos que você já compreendeu a importância de cuidar da saúde mental das crianças, não é mesmo? Mas, como fazer isso? Veja algumas dicas:

  • Permita que a criança se expresse: Evite reprimir seus sentimentos. Ao invés de dizer que ela deve “engolir o choro”, tende demonstrar que você compreende a dor e o sofrimento dela, mas que ela pode, aos poucos se acalmar, para que seja possível pensar em uma solução para o “problema”.
  • Não esconda as coisas “ruins”: É claro que você não precisa falar abertamente sobre algo, pois o ideal é usar uma linguagem própria para a fase da criança. Mas inventar que algum parente foi “viajar pra longe”, enquanto na verdade ele faleceu, pode fazer com que a criança tenha MUITA dificuldade de lidar com perdas no futuro.
  • Promova vínculos com a criança: Ela precisa compreender que faz parte de algo, para sentir confiança e segurança. Por isso, converse com ela, brinque com ela, mostre-se preocupado, atento, etc.
  • Não sobrecarregue a criança com atividades sem fim: Uma criança que tem atividades o dia todo e está sobrecarregada com “compromissos” pode se tornar um adulto acelerado, hiperativo e até ansioso. Por isso, cuidado com a quantidade de coisa que o seu filho tem que fazer! Temos que parar de enxergar as crianças como “mini troféus” que devemos “lustrar” todos os dias, com novos compromissos (como inglês, natação, canto, etc.).
  • Deixe a criança… Ser criança! Reprimir atividades saudáveis, como brincar ao ar livre, se sujar, e até mesmo discutir com o colega, pode ser muito perigoso. É claro que em discussões muito “agressivas” você deve intervir. Mas, lembre-se: converse calmamente e ajude a criança a desenvolver laços sociais saudáveis.

A saúde mental das crianças é extremamente importante e, pasme: ela pode ditar o futuro de toda uma sociedade. Cuidemos de nossas crianças!