O ex-presidente Lula (PT) voltou a dizer que pretende conceder aumento real do salário mínimo todo ano, caso seja eleito no próximo domingo (30). Em declaração, o candidato criticou a política de valorização do salário do governo atual e disse que pretende aumentar os valores com impacto nos empregados com carteira assinada e também nos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
“Vamos aumentar o salário mínimo, ele será corrigido todo ano, de acordo com o crescimento do PIB”, disse Lula. “Nós não temos o direito de fazer sofrer aqueles que já trabalharam 40, 50 anos, aquelas que ficaram viúvas e recebem pensão. Temos de ter respeito por quem trabalha no país”, seguiu ele.
Em quatro anos de governo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) optou por não conceder o aumento real do salário mínimo para nenhum cidadão. O Ministério da Economia preferiu bancar a elevação com base apenas nos números da inflação. Hoje, o salário mínimo é de R$ 1212 e impacta trabalhadores e segurados do INSS.
Na mesma entrevista, Lula também voltou a dizer que pretende aumentar a faixa de isenção do imposto de renda. Inicialmente, o plano de governo apontava para uma isenção para todos que recebem até R$ 3 mil, mas agora o PT aumentou a faixa e fala em liberar todos os trabalhadores que recebem até R$ 5 mil.
“Outra coisa, quem ganha até R$ 5 mil não vai pagar Imposto de Renda. Precisamos fazer uma reforma tributária para que os ricos paguem mais e os trabalhadores paguem menos”, disse o petista. “Do jeito que está agora, proporcionalmente, o povo pobre paga mais que o rico”, completou Lula em entrevista.
Na última semana, reportagem da Folha de São Paulo revelou que o Ministério da Economia estaria estudando a possibilidade de desvincular a definição do salário mínimo dos dados da inflação do ano anterior.
Na prática, o Governo Federal seguiria tendo a possibilidade de aumentar o valor de acordo com o sistema de inflação, ou até mesmo dar um aumento real. Contudo, eles ganhariam a possibilidade de dar um aumento menor do que a regra exige hoje.
Em entrevistas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o Ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmaram que o estudo existe dentro do Ministério da Economia. Contudo, eles dizem também que a ideia não é dar um valor menor no salário mínimo.
Durante entrevista no final da última semana, Bolsonaro disse que poderá bancar um aumento real do salário mínimo caso seja reeleito este ano. O chefe de estado disse que já teria recursos para tal manobra.
“Consertamos a economia do Brasil. Estamos arrecadando muito. Assim sendo, a partir do ano que vem, a nossa garantia de darmos a todos aposentados e pensionistas um reajuste acima da inflação. A mesma coisa no tocante aos servidores públicos, concedendo, no ano que vem, um reajuste acima da inflação”, disse Bolsonaro.
“Trabalhadores, aposentados e pensionistas, fiquem tranquilos, de que vão seguir protegidos contra a inflação. Mesmo durante a guerra e a pandemia, sempre demos reajustes para o salário mínimo, para as pensões, para as aposentadorias. Garantimos que vamos preservar o poder de compra do salário mínimo, das aposentadorias e dos benefícios”, disse Guedes.