Notícias sobre o salário mínimo costumam chamar a atenção dos trabalhadores do país. Todos os anos, o Governo Federal reajusta o piso nacional, aumentando o poder de compra da população, mas o aumento não costuma atingir as expectativas das pessoas.
Aliás, o levantamento mais recente divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revela que o salário mínimo no Brasil está longe do ideal. Em suma, o salário mínimo de R$ 1.412 é a principal renda de milhões de brasileiros, valor que até é considerado bom para quem não possui outra renda, mas o piso nacional deveria ter um valor quase cinco vezes maior no Brasil.
De acordo com o Dieese, o salário mínimo deveria ter sido de R$ 6.995,44 em junho. Esse valor supera em 4,95 vezes o salário mínimo vigente no país, refletindo as dificuldades que os trabalhadores do país enfrentam todos os meses, principalmente aqueles que recebem o piso salarial nacional.
Em suma, a remuneração salarial deveria ser capaz de suprir todas as necessidades básicas dos trabalhadores e suas famílias, englobando alimentação, saúde, educação e lazer, entre outros. Entretanto, o salário mínimo do Brasil continua bem menor do que deveria.
Portanto, as famílias que recebem o piso salarial sofrem para viver dignamente, uma vez que o valor do salário não é capaz de suprir as necessidades básicas da população brasileira.
O Dieese divulga mensalmente uma pesquisa sobre as variações dos preços dos itens que compõem a cesta básica. A partir destes dados, a entidade calcula o salário mínimo ideal do país, levando em consideração o valor da cesta básica mais cara do país no mês.
Segundo a entidade, o salário mínimo ideal do Brasil seria aquele capaz de suprir as necessidades da população. Para definir qual seria o valor ideal para os trabalhadores do país as estimativas consideraram a cesta básica da capital de São Paulo, que foi a mais cara do país no mês passado.
Em síntese, o valor da cesta básica se refere ao conjunto de alimentos básicos, aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês. O cálculo do Dieese considera uma família composta por dois adultos e duas crianças.
Aliás, desde 1938 há uma lista que define os alimentos essenciais para a sobrevivência de uma família. Essa lista é composta por 13 itens básicos e possui regulamentação devido a um decreto. Confira abaixo quais são os itens:
O levantamento do Dieese considerou a cesta básica mais cara do país em junho para estimar qual deveria ser o salário mínimo do país. No mês passado, a cidade de São Paulo teve a cesta mais cara, custando R$ 832,69. A propósito, a cesta básica ficou mais cara em 10 das 17 capitais pesquisados em junho.
A pesquisa comparou o custo da cesta na capital paulista com o salário mínimo líquido. Nesse caso, o Dieese levou em consideração os descontos referentes à Previdência Social, de 7,5%. Assim, o valor da cesta básica correspondeu a 59% do salário mínimo vigente no país (R$ 1.412).
Em outras palavras, o trabalhador que recebeu o piso nacional em junho, e morava na capital paulista, gastou mais da metade da sua renda para adquirir uma cesta básica.
Além disso, a pesquisa também mostrou o tempo médio necessário para que um trabalhador de São Paulo adquirisse produtos da cesta básica. A saber, os profissionais da capital precisaram trabalhar 129 horas e 44 minutos em maio para comprar os produtos.
A média nacional também ficou bastante elevada no mês passado. Contudo, o tempo a ser trabalhado no Brasil, em geral, não foi tão elevado quanto o da capital paulista, chegando a 109 horas e 53 minutos.
Em síntese, São Paulo liderou o ranking nacional pelo quarto mês seguido, com a cesta básica mais cara do país em junho deste ano. A capital paulista é a cidade mais populosa do Brasil, com mais de 12 milhões de habitantes, e todas as variações no local afetam uma quantidade expressiva de brasileiros.
Em junho, sete dos 13 produtos pesquisados em São Paulo tiveram alta nos preços. Confira:
Por outro lado, os preços de cinco produtos caíram no mês: feijão carioquinha (-4,65%), banana (-3,85%), carne bovina de primeira (-0,84%), café em pó (-0,36%), açúcar refinado (-0,22%) e pão francês (-0,05%). Contudo, as quedas não foram capazes de impedir o encarecimento da cesta básica em São Paulo no mês passado, que teve alta de 0,71% em relação a maio.