Economia

Salário mínimo de 2023 está menor que o previsto em agosto; confira o novo valor

O Governo Federal enviou ao Congresso Nacional no dia 31 de agosto, a proposta para o Orçamento da União de 2023. No texto consta a previsão do salário mínimo para o próximo ano, sendo de R$ 1.302 com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Entretanto, de acordo com o Ministério da Economia, houve uma atualização no índice que a mede a inflação, o INPC, com base na projeção do Boletim Macrofiscal, divulgado pela Secretaria de Política Econômica. Conforme os dados, o indicador caiu de 7,41% para 6,4%.

Sendo assim, com a redução do INPC, a projeção do piso nacional para o ano que vem está menor que a previsão inicial. Conforme a nova atualização, o salário mínimo para o ano de 2023 ficaria em cerca de R$ 1.292.

O salário mínimo é pago para mais de 56 milhões de pessoas, sendo desses, 24,2 milhões beneficiários do INSS. De todo modo, o piso de 2023 só será divulgado no final de janeiro do mesmo ano.

Ademais, conforme os dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o piso nacional deveria ser de, no mínimo, R$ 6.388,55, neste mês. A estimativa é feita na hipótese de uma família com quatro integrantes.

Salário mínimo nos últimos 22 anos

Até 2019, o piso nacional recebia um ganho real, em razão de que não era corrigido apenas pela inflação. Na época, o cálculo era realizado com base no PIB de dois anos anteriores e a inflação relativa ao INPC.

Todavia, desde então o salário só é corrido segundo o INPC, e serve apenas para compensar a capacidade de compra, ou as perdas inflacionárias. Na prática, o cidadão não vai deixar de conseguir comprar o que já comprava, mas não terá seu poder de compra ampliado.

Ano Valor Percentual de reajuste
2022 R$ 1.212,00 10,18%
2021 R$ 1.100,00 5,26%
2020 R$ 1.039,00, com reajuste em fevereiro passando para R$ 1.045,00 4,11%/0,58%
2019 R$ 998,00 4,61%
2018 R$ 954,00 1,81%
2017 R$ 937,00 6,48%
2016 R$ 880,00 11,68%
2015 R$ 788,00 8,84%
2014 R$ 724,00 6,78%
2013 R$ 678,00 9,00%
2012 R$ 622,00 14,13%
2011 R$ 540,00 com reajuste em março passando para R$ 545,00 0,93%/5,88%
2010 R$ 510,00 9,68%
2009 R$ 415,00 com reajuste em fevereiro passando para R$ 465,00 12,05%
2008 R$ 380,00 com reajuste em março passando para R$ 415,00 9,21%
2007 R$ 350,00 com reajuste em abril passando para R$ 380,00 8,57%
2006 R$ 300,00 com reajuste em abril passando para R$350,00 16,67%
2005 R$ 260,00 com reajuste em maio passando para R$ 300,00 15,38%
2004 R$ 240,00 com reajuste em maio passando para R$ 260,00 8,33%
2003 R$ 200,00 com reajuste em abril passando para R$ 240,00 20,00%
2002 R$ 180,00 com reajuste em abril passando para R$ 200,00 11,11%
2001 R$ 151,00 com reajuste em abril passando para R$ 180,00 19,21%
2000 R$ 136,00 com reajuste em abril passando para R$151,00 11,03%

Salário mínimo de 2023 sem ganho real

A princípio, com a correção do salário mínimo segundo o percentual do INPC, o Governo Federal indica que não vai dar aumento real para os brasileiros. Na verdade, o aumento do salário é apenas uma reposição pela inflação. Isso significa que os trabalhadores apenas não perderão o poder de compra.

É como se o aumento do salário servisse apenas para compensar a capacidade de compra que o brasileiro tem. Na prática, o cidadão não vai deixar de conseguir comprar o que já comprava, mas também não vai poder aumentar mais seu poder de compra.

Até 2019, o piso recebia um ganho real, em razão de que não era corrigido apenas pela inflação. Na época, o cálculo era realizado com base no PIB de dois anos anteriores e a inflação relativa ao INPC.