A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, recentemente confirmou a intenção do governo de estabelecer um salário mínimo de R$ 1.421 para o ano de 2024. Se aprovada, essa alteração entrará em vigor no próximo ano.
O valor proposto representa um incremento de R$ 101 em relação ao salário mínimo atual, que é de R$ 1.320. A projeção de aumento resultaria em um incremento de 7,7% no salário mínimo. No início de 2023, o salário mínimo era de R$ 1.302, mas foi posteriormente revisado em maio por meio de uma medida provisória do governo federal. É importante lembrar que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso em abril estimava um salário mínimo de R$ 1.389 em 2024.
O novo salário mínimo proposto já incorpora a regra atualizada de correção. Além da inflação prevista pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) até novembro de 2023, o reajuste do salário mínimo também considera o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores, com um aumento de 2,9% em 2022.
Em agosto, o presidente Lula sancionou uma nova política de valorização do salário mínimo. De acordo com a legislação, o salário mínimo será reajustado anualmente para proporcionar aumentos reais aos trabalhadores. A nova regra determina que o valor do salário mínimo será corrigido com base na inflação do ano anterior, de acordo com o INPC, somado à variação positiva do PIB dos dois anos anteriores.
Esta medida foi uma das principais promessas de campanha de Lula, com o objetivo de ampliar o poder de compra das famílias. A partir de 2019, não havia mais uma lei que garantisse reajustes acima da inflação. O governo estima que, se a política de valorização do salário mínimo não tivesse sido interrompida, o valor atual seria de R$ 1.342.
A valorização acima da inflação foi suspensa durante o governo Bolsonaro. De 2011 a 2019, o salário mínimo era ajustado com base no INPC do ano anterior e na variação do PIB dos dois anos anteriores. A política que havia sido estabelecida durante o governo de Dilma Rousseff foi interrompida em 2020, com o argumento do governo de Jair Bolsonaro de que teria um grande impacto nas contas públicas.
Antes de 2023, o último aumento real ocorreu em 2019, quando o salário mínimo aumentou de R$ 954 para R$ 998, ficando R$ 8 abaixo do valor originalmente previsto pelo governo de Michel Temer. Com Bolsonaro, o piso só superou a inflação em 2023, quando passou de R$ 1.212 para R$ 1.302. Em 1º de maio, Lula definiu um novo reajuste, para os atuais R$ 1.320. Com o acréscimo de R$ 18, o aumento em relação ao valor do salário mínimo de 2022 foi de R$ 108, representando um reajuste total de 8,91%, superando a inflação acumulada no ano anterior, que foi de 5,93%.